“Estamos a trabalhar com os nossos parceiros nos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), especialmente a África do Sul, para apoiar as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique a combater os grupos extremistas”, declarou Mohamed Bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, citado hoje pelo canal privado STV.
O príncipe falava, na quarta-feira, durante o encerramento da Cimeira sobre Financiamento das Economias Africanas, realizada em Paris, capital francesa.
Segundo Mohammed, o apoio, que se insere nas iniciativas da SADC, consiste na capacitação das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, visando “manter a segurança, estabilidade e desenvolvimento económico no país”.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
A mais recente incursão destes grupos ocorreu em 24 de março em Palma, a quase seis quilómetros do projeto de gás em construção, tendo provocado dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.