Os preços do feijão devem se manter estáveis no mercado nos próximos meses. O Paraná pode colher, na segunda safra, 394 mil toneladas, volume 47% superior ao da safra passada. Os dados são do Deral (Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura), mas ainda dependem do clima ajudar o agricultor até a colheita.
Essas são algumas das informações divulgadas na Vitrine Tecnológica do Feijão para a região Central, iniciativa lançada pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater) de maneira virtual neste ano. Durante o encontro, especialistas e produtores falaram sobre variedades de feijão, manejo, crédito e mercado.
A Vitrine Tecnológica do Feijão é uma ação do projeto Centro-Sul de Feijão e Milho, desenvolvido pelo IDR-Paraná em parceria com a Syngenta, Embrapa, Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O projeto vem acompanhando sistematicamente a evolução do cultivo de feijão e o processo de adoção de tecnologias por parte dos produtores.
VARIEDADES– O encontro ajudou a divulgar ações sustentáveis na promoção e uso de boas práticas agrícolas que devem contribuir para a preservação ambiental e a segurança alimentar.
Um assunto de interesse do público foi a análise do comportamento de dezesseis variedades de feijão, somando os materiais da Embrapa e do IDR-Paraná, cultivadas na Estação de Pesquisa do IDR-Paraná em Guarapuava. Os pesquisadores e técnicos falaram sobre o potencial produtivo de cada variedade. O manejo da cultura e o controle fitossanitário das lavouras também foi tratado pelos especialistas.
O coordenador estadual do Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho no IDR-Paraná, Germano Kusdra, lembrou que produtores pequenos têm conseguido a mesma produtividade de grandes proprietários, graças à adoção de tecnologia básica como o uso de sementes adequadas ou das cultivares ideais para sua região. Kusdra lembrou que os agricultores que participam do projeto conseguem uma produtividade duas vezes maior que a média estadual.
"Alguns produtores colhem até 160 sacas de feijão por alqueire", afirmou.
O trabalho desenvolvido pela pesquisa e extensão rural também teve a participação dos agricultores. Felipe Cruz, por exemplo, destacou a importância do uso de sementes em vez do grão durante a implantação das lavouras. "A semente de feijão fiscalizada tem suas vantagens. O produtor vai gastar mais com a aplicação de insumos do que gastou com uma semente que ele achou cara. Caro é o que ele vai gastar depois para solucionar os problemas de uma semente ruim", observou.
Anderson Kirch, de Candói, há três anos conta com a assistência do IDR-Paraná e instalou uma Unidade de Referência em sua propriedade. Segundo ele, a aplicação do MIP (Manejo Integrado de Pragas) diminuiu os custos com o manejo da lavoura e manteve a produtividade. Kirch colheu 200 sacas por alqueire da variedade Sabiá, do grupo de feijão carioca, e 180 sacas do feijão preto Urutau.
CRÉDITO– Joelcio de Souza Vigolo, engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, lembrou que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) está à disposição dos produtores para financiar as lavouras. "O Pronaf é o programa mais importante para o custeio das lavouras, permitindo que o agricultor tenha acesso à melhor tecnologia e aos insumos necessários para o bom rendimento das lavouras", disse.
Ele lembrou que o produtor tem ainda o Proagro Mais para indenizar perdas causadas pelo clima ou até pragas e doenças que não tenham seu controle definido pela pesquisa.
VITRINE– Todos os vídeos da Vitrine Tecnológica do Feijão para a Região Central continuam à disposição dos interessados nocanal do IDR-Paraná no YouTube, em forma de playlist.