Várias unidades do Exército espanhol foram enviadas a Ceuta nesta terça-feira (18) para controlar as ruas da cidade, após cerca de 6 mil migrantes terem entrado de forma ilegal. A Espanha já reenviou ao Marrocos 2.700 dessas pessoas. Em mensagem no Twitter, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que vai utilizar "a máxima firmeza" para restaurar a normalidade em Ceuta.
"Minha prioridade neste momento é devolver a normalidade a Ceuta. Os cidadãos devem saber que têm o apoio total do governo da Espanha e a máxima firmeza para garantir a sua segurança e defender a sua integridade face a qualquer desafio", disse o chefe do Executivo.
Desde ontem, cerca de 6 mil migrantes, a maioria marroquinos, entraram ilegalmente em Ceuta, a nado ou pulando as altas cercas fronteiriças que separam a cidade do Marrocos. Do total, 1.500 são menores.
As autoridades espanholas e marroquinas tinham concordado em devolver ao Marrocos os jovens daquele país que chegassem a Ceuta, e o ministro espanhol da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska, anunciou nesta terça-feira que já foram reenviados ao Marrocos 2.700 migrantes. “Estamos continuando essas devoluções”, disse.
"A lei, os tratados internacionais e os nossos acordos com o Marrocos" serão aplicados para a proteção dos cerca de 1.500 menores que estão entre os imigrantes, acrescentou o ministro espanhol.
Para agilizar o processo e garantir a segurança dos cidadãos, Grande-Marlaska informou que ainda hoje deverão chegar à cidade espanhola 200 militares, 150 policiais nacionais e 50 guardas civis para complementar os 1.100 efetivos que habitualmente se encontram em Ceuta.
“Ceuta é tanto Espanha quanto Madri ou Barcelona. Vamos ser incisivos na defesa das nossas fronteiras”, garantiu Grande-Maslaska. “Seremos tão beligerantes como somos na luta contra o discurso de ódio”, afirmou.
“Tem sido uma noite de tensa calmaria, mantivemos nossas posições como ontem [segunda-feira] para vê-los chegar, porque perante uma avalanche de pessoas com essas características não podemos fazer mais nada”, disse um guarda civil, que teme o surgimento de problemas de segurança, uma vez que a cidade não tem capacidade para controlar todos esses imigrantes. Há relatos de confrontos hoje entre um grupo de imigrantes e a guarda civil.
“A cidade está lotada, há grupos de imigrantes em todas as ruas, principalmente na zona portuária, no centro e no bairro de San José”, afirmou um agente. “A maioria, 99%, é jovem”.
A situação no enclave espanhol levou o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, a cancelar a viagem que faria a Paris para participar de cúpula sobre o financiamento da África, organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
*Com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal