Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (17), o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que integra a CPI da Pandemia, disse que apresentou ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Gustavo Maiurino, um pedido de investigação sobre o uso elevado da hidroxicloroquina, em Manaus, no início da pandemia, em março de 2020.
Heinze disse que o sucesso do medicamento no combate à covid-19 estaria na dosagem, reforçando o que tem afirmado nas reuniões da CPI, e que uma alta dose de cloroquina teria acarretado a morte de 22 pacientes na capital amazonense. O senador afirmou também que foi realizada uma pesquisa na capital amazonense com relação à utilização da cloroquina e hidroxicloroquina e os resultados foram publicados em uma revista internacional, a JAMA Network, da American Medical Association (AMA).
— A gente quer saber a partir de quem e de onde se originou a indicação de que a pesquisa deveria ser realizada no Brasil, quem indicou e qual a razão da pesquisa ser feita em Manaus, considerando-se que o agravamento da pandemia lá se deu nesse ano e não no ano passado — disse Heinze.
Além disso, ele pediu esclarecimentos sobre o estudo ser limitado a pacientes hospitalizados e gravemente doentes, sendo que a expectativa era de que o medicamento servir no “tratamento precoce”, como tem defendido nas reuniões da CPI da Pandemia. Ele também questiona os critérios para escolha dos pesquisadores e quer respostas sobre as supostas conexões entre pesquisadores e grandes laboratórios e se os benefícios econômicos estão relacionados à produção de vacinas, ou de políticos.
— Quais os possíveis contatos e liames entre eventuais pesquisadores e os grandes laboratórios, com interesses econômicos ligados à produção de vacinas, ou de políticos, com propósitos de desestabilização de um governo? — indagou o senador ao concluir a entrevista.