O Senado homenageou nesta sexta-feira (14), em sessão especial remota, a Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis, que completa 50 anos em 2021. Fundada em 1971, a instituição mato-grossense atende desde 1976 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que, hoje, representam 80% do total. Para o senador Wellington Fagundes (PL-MT), autor do requerimento para a sessão, a Santa Casa Rondonópolis é a prova de tudo o que uma comunidade é capaz quando se une para fazer o bem.
— É nos momentos mais dramáticos da história humana, como agora, nessa calamidade sanitária, socioeconômica e humanitária da covid-19, que podemos e devemos aquilatar, testemunhar e enaltecer todo o valor de uma entidade como a Santa Casa Rondonópolis — disse o senador, que prometeu continuar trabalhando como um aliado do hospital.
Durante a sessão, foram exibidos vídeos sobre os 50 anos da instituição e sobre a situação atual da Santa Casa. A instituição foi fundada por membros do Rotary Clube de Rondonópolis, com apoio da Igreja Católica. Hoje, a Santa Casa é um hospital especializado em casos de alta complexidade, que atende municípios das regiões Sul e Sudeste de Mato Grosso.
O presidente da Santa Casa Rondonópolis, José Osiris Hoeppner, lembrou os principais fatos da história da instituição, como o nascimento do primeiro bebê, em 1974, o início do atendimento aos pacientes com câncer, em 2006, e a inauguração da uti coronariana — a única da cidade —, em 2014.
— A Santa Casa começou com pessoas que tinham um ideal. Esse ideal se tornou realidade, com um hospital modelo no Sudeste de Mato Grosso — disse Hoeppner, que lembrou também momentos difíceis já enfrentados pela instituição, assim como ocorreu na maior parte dos hospitais filantrópicos no país.
Dificuldades
O deputado federal Antonio Brito (PSD-BA), presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, afirmou que esses hospitais, hoje, são responsáveis por 50% dos leitos hospitalares ofertados no Sistema único de Saúde (SUS). Ainda segundo o deputado, mais de 900 cidades do País têm nas Santas Casas e hospitais filantrópicos a única opção para o atendimento hospitalar da população.
— Muita gente pergunta por que tantas vezes as santas casas entram em crise. Elas entram em crise porque são a primeira — e às vezes a última — porta aberta às pessoas que necessitam do Sistema Único de Saúde — lembrou o deputado.
A situação já difícil e, desses hospitais, é ainda mais dura com a pandemia, segundo a coordenadora do Grupo SOS Santa Casa, Tania Balbinotti. A covid-19, disse a coordenadora, se somou às várias outras doenças que já faziam parte da demanda.
— As outras doenças todas continuam, nada parou, mas agora temos a covid-19, que tomou um espaço muito grande. A gente sabe o impacto que teve nas pessoas de lá: os profissionais da área de saúde, da limpeza, da diretoria, de todo tipo de operação que acontece ali para que o hospital funcione. Essas pessoas estão enfrentando uma dura realidade, estão dando tudo de si para salvar nossas vidas — ressaltou.
Saúde pública
Para Wellington Fagundes, lutar por uma saúde pública bem estruturada é uma obrigação política de quem se propõe a representar os cidadãos, porque esse é o maior bem que o poder público pode ofertar.
O senador aproveitou a homenagem para reafirmar o apoio ao piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras, previsto no PL 2.564/2020, do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), com relatório da senadora Zenaide Maia (Pros-RN).
— Sabemos das dificuldades inerentes a essa medida, por isso me comprometo a lutar para viabilizar os recuso exigidos, a cargo das prefeituras — disse o senador.
O prefeito de Rondonópolis, José Carlos Junqueira de Araújo, agradeceu aos senadores e deputados o aumento no volume de recursos destinados à Santa Casa.
— Em 2016, a Santa Casa recebeu R$ 35 milhões do SUS. Em 2020, foram R$ 67 milhões, um aumento de 88%. Isso eu quero agradecer profundamente à bancada federal — disse.
Também participaram da sessão o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT); os deputados estaduais Janaina Riva, Sebastião Rezende, Claudinei Lopes e Thiago Silva; o vereador Manoel da Silva Neto; e a coordenadora substituta da Coord. Atenção Hospitalar do Ministério da Saúde, Iane Neves.