Na abertura da reunião desta quinta-feira (13) da CPI da Pandemia, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), ressaltou a importância da investigação, dizendo que o objetivo é averiguar responsabilidades, sem se intimidar.
Antes de iniciar seus questionamentos ao representante da farmacêutica Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, que depõe como testemunha nesta quinta, Renan criticou o depoente de quarta-feira (12), o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten, dizendo que ele mentiu perante os senadores e cometeu crime de falso testemunho. O relator também criticou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), com quem discutiu durante o depoimento de Wajngarten. Para Renan, o episódio constitui "um dos maiores desacatos a uma comissão parlamentar de inquérito da história do Congresso Nacional, em particular do Senado".
Apontando para uma placa à sua frente com o número de mais de 428 mil mortos pela pandemia no Brasil até agora, Renan disse que a CPI não vai aceitar intimidação.
— Eu tirei meu nome, coloquei este nome aqui para que não haja dúvidas sobre o motivo pelo qual nós estamos aqui investigando. Se houve homicídio, se houve genocídio, se não houve genocídio... Se houve, quem é o responsável ou quem são os responsáveis? Porque esta CPI não trata do senador Omar, do senador Renan, de nenhum de nós. Nós estamos aqui em respeito a essas vítimas, a essas vítimas. E a resposta que nós poderemos dar, da melhor forma, é com o aprofundamento dessa investigação. Eu quero dizer às famílias dessas vítimas, aos mais de 15 milhões de sequelados da covid no Brasil que, haja o que houver, intimidação todos os dias, não haverá problema.
Renan considerou ofensiva a postura de Flávio, que, na reunião da quarta-feira, acusou o Renan de estar usando a comissão como “palanque”, o que levou os dois a trocarem farpas.
— Quero dizer a todos os pregadores do ódio que, ao final da sessão, nós vimos que o filho do presidente da República, que sequer é membro desta CPI, veio aqui numa missão de fazer a única coisa possível: ofender e escrachar. Quero dizer a esses pregadores que minha resposta a todos esses ataques é esse número aqui, de 428.256 vítimas da pandemia — disse Renan.
Renan criticou ainda a viagem do presidente da República, Jair Bolsonaro, a Alagoas, para inaugurar obras estaduais. Para o senador, a viagem é "uma evidente provocação" à CPI, e que a resposta será aprofundar a investigação.