Senadores da CPI da Pandemia esperam ouvir na reunião marcada para esta quarta-feira (12), o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten, sobre a demora do governo na aquisição de vacinas contra a covid-19 e a falta de campanhas publicitárias para alertar a população sobre a segurança sanitária.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (11), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que também pretende questionar Wajngarten sobre ações do Executivo que podem ter retardado o processo de produção dos imunizantes. A audiência está marcada para começar às 9h.
— [Wajngarten] anunciou para a imprensa que foi intermediário na negociação de compras de vacinas, ele era responsável pela política de comunicação do governo, e nunca foi muito claro no tocante às medidas necessárias para evitar a pandemia. Então, será uma oitiva muito importante que a CPI vai ter — declarou.
Wajngarten deve explicar aos senadores campanhas do governo federal em temas como isolamento social e o apoio do governo ao chamado “tratamento precoce”. Também nesta terça, o senador Humberto Costa (PT-PE) ressaltou a expectativa dos parlamentares para saber por que o Executivo não manteve propagandas de esclarecimento à população, nem informações sobre as medidas preventivas da doença. Para o senador, se trata de omissão.
— Também queremos saber por que ele desestimulou a iniciativa do Ministério da Saúde de promover esse tipo de campanha. Vamos argui-lo para entender por que um secretário de comunicação ter assumido a linha de frente de uma negociação com a indústria farmacêutica, especialmente com a Pfizer, para a aquisição de vacinas, quando o Ministério da Saúde tem uma estrutura de décadas preparada para esse tipo de negociação e já o fez inúmeras vezes — protestou.
Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse ser importante que a CPI também procure alternar a lista de convocados, de modo a incluir, além de representantes do Executivo federal, de governadores e prefeitos.
— Porque a gente só está vendo a convocação de entes ligados ao governo federal, que é importante também, mas está sendo ignorado o meu pedido de [convocação] de membros da PGR [Procuradoria-Geral da República], da Polícia Federal e de gestores públicos estaduais e municipais, sabendo que centenas de milhões de reais saíram de verbas federais e existe muita dúvida da população sobre o que foi feito desse dinheiro — disse Girão.