O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a comissão vai fazer uma cronologia da crise do coronavírus desde o início, quando o mundo ficou sabendo da situação e a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária global, em janeiro de 2020. A informação foi dada em entrevista coletiva após reunião da comissão nesta quinta-feira (29).
— O Brasil já sabia da pandemia, e queremos saber quais foram as providências tomadas naquele momento. Do ponto de vista de aeroportos, eu sei que não houve nenhuma barreira sanitária. Hoje o Brasil é proibido de entrar em vários países do mundo. Ou seja, o Brasil sofre barreiras sanitárias, mas nós não fizemos nosso dever de casa. Esse é um norte da investigação. Não é atoa que tivemos a primeira e segunda onda muito fortes.
Omar ressaltou ainda que o processo de investigação vai ocorrer aos poucos, com início, meio e fim.
— Não adianta a gente colocar no plano de trabalho que supostamente o fulano de tal vai falar isso. Nós temos o escopo de como vai começar, mas o que vai ditar a CPI são os acontecimentos, os fatos, os depoimentos, as testemunhas. Aí sim a gente pode chegar em uma redação final que eu espero que não traga somente responsáveis, mas que a gente encontre também soluções.
Em relação à convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, além de três ex-ministros da pasta e do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, afirmou que os pontos a serem esclarecidos são os que já foram determinados ao ser criada a comissão. Entre os temas, o senador citou a política de aquisição de vacinas, o colapso de oxigênio em Manaus e outras cidades, as políticas de comunicação do governo em relação ao isolamento e uso de máscaras, o calendário de imunizações e autorizações para vacinas.
Segundo Randolfe, a comissão aprovou, nesta quinta, 310 requerimentos de informação que foram apreciados em bloco. As autoridades citadas têm até cinco dias úteis para responder.
O senador ressaltou considerar lamentável a suposta tentativa de interferência do governo nos trabalhos da comissão.
— Tenho a certeza que a direção dessa CPI não permitirá qualquer tipo de interferência externa às investigações — disse.