Ginga Tuta disse que ainda há pessoas internadas em observação, com tendência a recuperar. A administradora-adjunta do município de Viana disse que as autoridades estão presentes desde o primeiro momento, solidarizando-se com as famílias afetadas.
“Estivemos lá, foi feito o levantamento, e quase todos eles já tinham feito os funerais, só faltavam duas ou três famílias que ainda não tinham feito o funeral e ainda não tinham data, mas a administração apresentou a disponibilidade em apoiar”, informou Ginga Tuta.
A responsável frisou que foram informados do que se estava a passar no domingo pela comissão de moradores.
“A comissão de moradores quando nos alertou disse-nos que já desde sexta-feira que estavam pessoas a falecer. Sexta-feira já tinham falecido, no sábado e domingo é que nós entramos no terreno em função das informações que estávamos a receber sobre o assunto”, referiu.
Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal de Luanda, Fernando de Carvalho, confirmou para já a morte de quatro pessoas devido à ingestão da bebida e mais três doentes em estado grave no hospital.
Fernando de Carvalho frisou que o número de 11, que tem sido avançado pela imprensa angolana e foi confirmado pela administradora municipal, é relativo a mortes ocorridas nos últimos dias, que os familiares têm associando a este caso.
“Há uma pessoa que perdeu um ente querido e foi ter com o indivíduo que vendeu a bebida, que confirmou ter vendido e para provar que a bebida não tinha nada bebeu também, acabando igualmente por morrer”, salientou.
Segundo Fernando de Carvalho, as autópsias vão ser feitas hoje, aguardando-se os resultados que vão confirmar a causa das mortes.
O caso ocorrido no bairro da Caop, em Viana, segundo noticiou hoje a rádio pública angolana, envolve uma mistura tóxica de bebidas a qual foi dado o nome de “caipirinha do azar”, composta por “água do chefe” [bebida artesanal destilada, feita de açúcar e fermento], capassarinho [um fruto com efeito alucinógeno] e combustível JET A1, para aviões.
O SIC informou, na segunda-feira, que procedeu à detenção de três pessoas, entre as quais a vendedora da bebida.
O coordenador da Comissão de Moradores, António Costa, adiantou que a bebida provoca sintomas como dor de cabeça, do corpo, enjoos, mal-estar geral, dificuldades para andar, além da perda de visão.