Em pronunciamento nesta segunda-feira (26), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou que a "hora da verdade está chegando", ao se referir à instalação da CPI da Pandemia, marcada para esta terça-feira (27), às 10h.
Candidato ao cargo de presidente do colegiado, Girão afirmou que a sociedade deseja uma investigação isenta e ampla dos fatos, inclusive com o rastreamento dos recursos destinados pela União aos estados e municípios.
Na opinião do senador, da mesma forma que não faltou dinheiro para prefeitos e governadores usarem no combate à pandemia, também não faltaram casos de corrupção e de desvio de recursos públicos.
E é justamente isso que também deve ser apurado, disse, ao lembrar que relacionou em seu requerimento, com pedido de extensão dos fatos a serem investigados pela CPI, as operações da Polícia Federal ligadas a supostas irregularidades ocorridas em estados e municípios.
— Que a gente possa fazer de uma forma responsável isso. É muito importante que a gente não deixe projeto de poder nenhum ofuscar o trabalho dessa CPI, seja de membros que estão aí no xadrez político, até presidenciáveis para 2022, seja conflito de interesses na relatoria, por exemplo, com filho governador, como está posta aí essa situação. E a gente precisa ter esse bom senso, até em respeito, para que não seja desumano com a população.
Na opinião de Eduardo Girão, é lamentável que o Senado, por determinação do Supremo Tribunal Federal, tenha agora de concentrar seus esforços na apuração de possíveis irregularidades no uso de dinheiro público durante a pandemia e não na votação de projetos importantes para o país, como as reformas tributária e administrativa
Por fim, ele informou que, caso seja eleito presidente da CPI da Pandemia, vai propor um plano de trabalho equilibrado, inicialmente ouvindo o atual e os ex-ministros da Saúde.
Girão também disse que será importante o relato da representante do Ministério Público Federal que requisitou de governadores informações sobre o uso de dinheiro repassado pela União para o enfrentamento da crise sanitária, incluindo a construção de hospitais de campanha.
Em relação a esse ponto específico, o senador citou o caso do Ceará, estado que construiu um hospital de campanha que funcionou por apenas cinco meses. Agora que o número de casos aumentou, o hospital está desativado, lamentou o senador.