Os edifícios principais do Senado e da Câmara receberam, na noite desta segunda-feira (19), a projeção de motivos de origem indígena e as frases "Vidas indígenas importam"; "Emergência indígena"; "Nossa luta é pela vida"; "A mãe do Brasil é indígena". A ação, aprovada pela primeira-secretaria do Senado, que homenageia o Dia dos Povos Indígenas, foi da deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR), a pedido da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Para Joenia Wapichana, a primeira mulher indígena eleita deputada federal, o mês de abril tornou-se uma oportunidade para uma reflexão sobre pandemia de covid-19 entre os povos indígenas. De acordo com dados do Comitê Nacional de Memória e Vida Indígena, o coronavírus já afetou mais da metade da população indígena do Brasil, matando 1.039 indígenas e contaminando mais de 50 mil.
— É um momento de refletir a situação dos povos indígenas no Brasil, principalmente em tempo de pandemia. Dezenove de abril é dia de reivindicar, apresentar nossas demandas, visibilizar e acima de tudo, mostrar a nossa união, a nossa coletividade. Também lamentar todos os retrocessos, mas dizer que a luta é coletiva — afirmou a deputada.
O “Dia do Índio” foi criado por um decreto do presidente Getúlio Vargas, em 1943. A adoção de 19 de abril como dia para celebrar a cultura dos povos indígenas do Brasil é referência a uma data histórica, do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, em 1940, no México. No entanto, de acordo com Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Apib, o termo "índio" remonta a estereótipos sobre indígenas e, portanto, carrega racismo. O termo apropriado, explica, é Dia dos Povos Indígenas.
— Uma data com esse nome não alcançaria a diversidade dos 305 povos indígenas do Brasil e, ao romantizar a figura do indígena, invisibiliza os povos originários — avalia Dinamam Tuxá.