O plenário virtual do Senado realizou nesta segunda-feira (19) uma sessão especial, requerida pelos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Leila Barros (PSB-DF), em homenagem aos 61 anos de Brasília, a serem comemorados na quarta-feira (21). Para Izalci, todo o processo de planejamento, construção e consolidação de Brasília como a nova capital mudou a história do Brasil.
Ele afirmou foi o momento mais importante do país, um "antes e depois" no que se refere à integração nacional de fato, um processo que gerou inúmeras novas estratégias de desenvolvimento.
— Foi com a construção de Brasília que o Brasil se integrou. Antes de Brasília, não havia estradas suficientemente boas para as ligações entre os estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Aquelas que havia não faziam a ligação para levarmos riquezas agrícolas e minerais para serem comercializadas e exportadas. Éramos ricos, mas vivíamos isolados. Éramos subdesenvolvidos em quase todo o território. Foi com a nova capital que essa história começou a mudar. As estradas e as ligações chegaram. Na história brasileira, do descobrimento à República, a construção de Brasília foi o ápice deste país — destacou.
A senadora Leila Barros, que nasceu e morou em Taguatinga (DF) até consolidar sua carreira como atleta profissional de vôlei na década de 1990, disse ser "apaixonada" pela cidade. Ela homenageou os centenas de milhares de trabalhadores candangos que construíram Brasília durante os anos JK e nas décadas seguintes, os "pioneiros". Disse que espera que os trabalhadores de hoje, especialmente em algumas regiões administrativas mais carentes do DF, possam melhorar suas condições de vida.
— Brasília é fruto do esforço e suor de milhares de trabalhadores, vindos de todas as regiões deste país. Rendo minha homenagem a esses heróis e sua geração. Brasília oferece hoje na média a melhor qualidade de vida no Brasil, porém apresenta também desgastes e deficiências típicas do descuido, falta de visão e desmando de alguns que poderiam ter feito mais pelo DF. Devemos aperfeiçoar os serviços que o poder público oferece, especialmente nas áreas de saúde, segurança, educação e mobilidade urbana. Precisamos corrigir problemas causados pelo crescimento desordenado, sem planejamento, em algumas regiões administrativas. É inadmissível que parte de nossa gente sobreviva sem dispor do mínimo de infraestrutura básica — alertou.
Um dos presentes foi André Kubitschek, bisneto do ex-presidente Juscelino Kubitschek, e um dos coordenadores do Memorial JK. Ele lembrou a importância que Brasília teve para que o processo de desenvolvimento brasileiro nas décadas de 1950 e 1960 ganhassem um grande impulso, na estratégia conduzida por JK visando à interiorização do dinamismo econômico.
— Não há dúvidas quanto à suma importância da construção de nossa capital, diante de um cenário extremamente limitado naquela época. Nos anos 50, ao criar Brasília, JK movimentou a economia nacional, gerando empregos, renda, com impressionantes taxas de crescimento. O PIB cresceu em média 8% ao ano. Criou novos eixos de desenvolvimento a partir de Brasília, abrindo estradas, impulsionando a industrialização, atraindo empresas e negócios. Antes da construção de Brasília, dois terços do território brasileiro eram praticamente virgens da presença humana. Brasília foi a posse efetiva de um país com dimensão continental — frisou.
A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Marcia Abrahão, também participou da sessão. Ela ressaltou a importância da UnB para o país e para Brasília, devido à qualidade de sua atuação e suas estratégias de inclusão social.
— A vacina em parceria com o Butantan tem a atuação de nossos pesquisadores, e o Hospital Universitário tem sido parceiro do governo do Distrito Federal na linha de frente de combate à pandemia. A UnB foi a pioneira nas cotas raciais, e tem feito políticas para ampliar a inclusão social de nossa população. Fomos para Ceilândia, Gama e Planaltina, abrindo novos campi e faculdades. Segundo rankings internacionais como o Times Higher Education e o QS, a UnB é uma das principais universidades da América Latina, décima posição entre as universidades brasileiras e quinta entre as universidades federais — destacou.
A reitora também agradeceu a parceria que a UnB tem com a bancada do DF no Congresso. Disse que o senador Izalci Lucas tem sido "incansável" na luta pela ciência, tecnologia e inovação, "como por exemplo no que fez pelo FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]".
O vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), chamou a atenção para a economia de recursos que a instituição tem feito. Segundo o deputado, foram devolvidos mais de R$ 100 milhões da CLDF aos cofres do GDF, frutos de uma gestão mais austera no que tange a verbas indenizatórias e outras ações.
Também participaram da sessão o vice-governador do DF, Paco Britto (Avante); Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília; Roosevelt Beltrão, presidente do Clube dos Pioneiros; Elias Castilho, secretário do Conselho de Pastores do Distrito Federal (Copev-DF); e Jamal Bittar, presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).