O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) manifestou-se nesta quinta-feira (15) contra a ampliação da posse de armas pela população. Ele ressaltou que ao redor de 40% das armas apreendidas pela polícia nas mãos de criminosos foram compradas originalmente de forma legal, o que comprova que as armas compradas pelos chamados "cidadãos de bem" migram para o crime.
Ele defendeu a aprovação, pelo Senado, do projeto de decreto legislativo (PDL 55/2021), que cancela quatro decretos do presidente da República, Jair Bolsonaro, os quais ampliam o acesso a armas e munições.
Girão disse que há muito tempo tem uma posição contrária ao armamento da população, tanto pela sua atividade profissional — como proprietário de uma empresa de segurança — quanto por uma dramática experiência familiar, quando seus filhos então adolescentes presenciaram um tiroteio numa escola em 2018.
— Dois filhos estavam numa escola e entrou um atirador que comprou uma arma legal e dezenas de pessoas foram mortas — relatou.
O senador referiu-se a um estudo segundo o qual o número de homicídios aumenta em 2% — muitas vezes por motivos banais — cada vez que se aumenta em 1% a posse de armas pela população. Ele também criticou a decisão do governo federal de reduzir os impostos de importação de armas. Por último, reafirmou que deve ser reforçado o poder do Exército de controle das armas e que as forças policiais devem receber armamento de primeira qualidade para enfrentar o crime.