Os prédios do Congresso Nacional receberão, nesta quarta-feira (7), a projeção da frase “Holocausto Nunca Mais”, em alusão ao Dia do Holocausto e do Heroísmo ou Iom HaShoá VehaGvurá (em hebraico). A data lembra o genocídio provocado pelos nazistas contra 6 milhões de judeus e outras minorias. A projeção foi solicitada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib).
A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, disse que a data não apenas traz à lembrança que o Holocausto existiu e jamais deve se repetir, mas também lembra à sociedade que não se pode permitir qualquer tipo de intolerância.
— É necessário recordar o Holocausto para que ele nunca mais aconteça. Não é para que nunca mais aconteça algo especificamente com o meu povo, porque eu sou judia — ressalta Ilana. — É para que nunca mais aconteçam a intolerância, o desrespeito e a iniquidade. É para que nós saibamos construir um mundo em que possamos respeitar as diferenças. Nesse caso foi uma diferença religiosa, mas pode ser qualquer diferença. Holocausto nunca mais, porque a intolerância não pode ser aceita por uma sociedade no século XXI.
Claudio Lottenberg, presidente da Conib, ressalta que a frase “Holocausto Nunca Mais” lembra como aquele foi um evento único e terrível na história da humanidade, que deve ser lembrado e compreendido profundamente para que nunca se repita contra qualquer grupo em qualquer lugar do mundo. Para ele, a compreensão correta dessa catástrofe ganha ainda mais relevância neste momento em que vivemos, “de propagação do ódio e das fake news”.
— Nós, judeus, assim como outros povos perseguidos, somos vítimas de ataques caluniosos e odiosos há séculos, com consequências terríveis. O que mudou agora, para pior, é a eficiência e a rapidez com que essas mentiras podem se disseminar com as novas formas de comunicação, tantas vezes anônimas e impunes. A comunidade judaica brasileira está engajada na defesa da democracia e da tolerância, pois sabemos muito bem que sem elas estaremos de novo nas trevas — afirma Lottenberg.
Este é o quarto ano em que o Congresso Nacional participa da iniciativa. A primeira projeção, em 2018, foi solicitada pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), então presidente do Senado, que também é judeu.