De acordo com a mesma fonte, o incidente começou com um tiroteio esta madrugada na capital do Níger, perto do palácio presidencial, numa alegada tentativa de golpe de Estado.
O tiroteio começou por volta das 03:00 locais e prolongou-se por mais de 15 minutos, disseram residentes de Niamey, mas a calma regressou à cidade depois.
“Houve detenções entre os poucos elementos do exército que estão por detrás desta tentativa de golpe. Este grupo de soldados não pôde aproximar-se do palácio presidencial quando a Guarda Presidencial voltou a disparar”, disse a fonte, acrescentando que a situação estava “sob controlo”.
A Embaixada dos EUA em Niamey lançou um alerta de segurança dizendo que seria encerrada na quarta-feira “devido a tiros ouvidos” na zona onde se situa a representação diplomática.
“Todo o pessoal é encorajado a ficar em casa até nova ordem”, disse a fonte da embaixada.
O incidente regista-se apenas dois dias antes da tomada de posse do novo Presidente, Mohamed Bazoum, prevista para sexta-feira e enquanto o Níger enfrenta uma ameaça crescente de extremistas islâmicos perto da sua conturbada fronteira com o Mali.
Há uma semana, várias aldeias foram atacadas por homens armados na região fronteiriça, provocando pelo menos 137 mortos. Estes ataques ocorreram no mesmo dia em que o tribunal constitucional validou a vitória eleitoral de Bazoum.
Em janeiro, pelo menos 100 pessoas foram mortas em outros ataques a aldeias, no mesmo dia em que o Níger anunciou que as eleições presidenciais iriam para uma segunda volta, no dia 21 de fevereiro.
O rival de Bazoum, o antigo Presidente Mahamane Ousmane, contesta os resultados eleitorais e reclamou a vitória, apelando a “manifestações pacíficas” em todo o país.
A história do Níger, um dos países mais pobres do mundo, é marcada por quatro golpes de Estado.
Desde a independência desta antiga colónia francesa, em 1960, houve quatro golpes: o primeiro, em abril de 1974 contra o Presidente Diori Hamani, e o último em fevereiro de 2010, que derrubou o Presidente Mahamadou Tandja.
A transferência de poder entre o chefe de Estado cessante, Mahamafou Issoufou, e Mohamed Bazoum é a primeira entre dois presidentes democraticamente eleitos. Lusa