O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que o Senado está empenhado na cooperação com outros órgãos de governo para buscar soluções para a crise da pandemia do coronavírus. A afirmação foi feita na abertura da sessão temática desta quarta-feira (24), marcada para ouvir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Segundo Pacheco, o Senado está disposto a participar de todos os esforços no sentido de buscar soluções para o enfrentamento do difícil momento que o país atravessa.
Pacheco informou que, pela manhã, participou de uma reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, com ministros e governadores, em que ficou acertada a criação de um comitê para o enfrentamento da crise do coronavírus. Segundo Pacheco, o objetivo do comitê é estabelecer um caminho de solução para a falta de leitos, de insumos e de vacinas. Ele disse que o presidente Bolsonaro não pode se furtar a liderar os esforços contra a crise e ressaltou que o Senado, mesmo com sua obrigação de fiscalização independente, estará presente no comitê “para construir pontes”.
— As divergências não podem se sobrepor às convergências neste momento. As divergências serão dirimidas a seu tempo, inclusive com instrumentos de judicialização. A união é fundamental para salvar vidas — declarou.
Audiência
Pacheco disse que a audiência com Ernesto Araújo se mostra importante para a prestação de informações sobre a atuação da diplomacia brasileira na busca de vacinas contra a covid-19. Em sua visão, a crise que assola o mundo assumiu características ainda mais graves no Brasil, que se tornou o epicentro mundial da epidemia. Segundo o presidente, os recordes nos registros de vítimas, a falta de leitos e as UTIs lotadas evidenciam a crise aguda que atinge o Brasil. Ele lamentou a projeção que aponta 300 mil mortos pelo coronavírus já nesta quarta-feira.
— O fornecimento de vacinas está aquém do esperado, o que nos colocou em estado de extrema vulnerabilidade — lamentou.
Pacheco disse ter ciência dos esforços do MRE e do Ministério da Saúde e citou como exemplo as gestões das pastas junto aos Estados Unidos em busca de novas doses da vacina. Ele ponderou, no entanto, que “a pergunta é se esforços até aqui empreendidos são ou não suficientes para o enfrentamento da crise”.
O presidente do Senado acrescentou que também é preciso discutir temas como o posicionamento do Brasil em fóruns internacionais, inclusive na questão das patentes das vacinas. Ele também disse ter certeza de que a comunidade internacional vai colaborar com o Brasil neste momento difícil de sua história. Pacheco ainda defendeu a importância da diplomacia e do multilateralismo e afirmou contar com a “atuação decisiva do MRE” na busca de soluções para conseguir vacinas, que salvarão milhões de vidas no Brasil.