Profissionais de saúde que atuam no enfrentamento à Covid-19 foram surpreendidos com uma ação promovida pela Ceasa Paraná e pelos permissionários da unidade de Curitiba. No momento mais crítico da pandemia no Estado, os atacadistas e produtores se reuniram e arrecadaram 7 mil quilos de frutas, para serem entregues em cinco hospitais de Curitiba e da Região Metropolitana e em nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital.
A distribuição está sendo feita pelo Banco de Alimentos da unidade, iniciando nesta terça-feira (16) pelo Hospital do Trabalhador. Já na manhã de quarta-feira (17), os produtos serão levados ao Hospital do Idoso Zilda Arns, Hospital Evangélico Mackenzie, Santa Casa de Curitiba, Hospital do Rocio, em Campo Largo, além das UPAs do Sítio Cercado, Boqueirão, Boa Vista, Cajuru, Pinheirinho e Tatuquara.
As frutas doadas são aquelas fáceis de serem consumidas pelos profissionais, como banana, maçã, pera, laranja e caqui. São produtos em bom estado, que estariam nas gôndolas dos supermercados. A ideia é que a ação se repita pelas próximas semanas, mobilizando ainda mais comerciantes.
“Queremos oferecer um pouquinho de alento aos profissionais que estão na linha de frente, para que, em um momento do seu dia, eles possam ter um pouco de prazer. Eles estão em uma tarefa árdua de cuidar das pessoas que estão tratando a Covid, por isso esperamos que essa doação alegre um pouco quem está nessa jornada”, afirmou o diretor-presidente da Ceasa, Éder Eduardo Bublitz.
“No momento em que recebemos essas frutas, somos abraçados pela Ceasa, é um gesto de carinho dos produtores e comerciantes, que olham para o momento que estamos vivendo e o grande peso que está sendo para as equipes de assistência todo o trabalho desenvolvido no último ano”, destacou o diretor-superintendente do Complexo Hospitalar do Trabalhador, Geci Labres de Souza Júnior.
De acordo com ele, mais de 500 profissionais foram agregados às equipes do CHT para fazer frente à Covid-19, e são eles que levarão as frutas doadas para casa. “Ao receber uma doação como essa, fico feliz em ver que somos reconhecidos por parte da sociedade. É um gesto muito simples, mas que vai dar um momento de alegria para as nossas equipes”, disse. “Estamos em um momento crítico, ninguém está fazendo qualquer tipo de sensacionalismo, a situação é realmente grave, delicada e merece atenção da sociedade. Os hospitais estão em seu limite e as equipes cansadas”, salientou.
Foi justamente um apelo público do doutor Geci, para que as pessoas ampliem os cuidados por causa da pandemia, que sensibilizou os permissionários da Ceasa a fazerem essa doação. A ação foi combinada pelo WhatsApp, após um chamado do Sindicato dos Atacadistas do Ceasa do Paraná (Sindaruc). “Já fazemos doações diárias às pessoas em situação de vulnerabilidade social, mas queríamos também chegar aos trabalhadores da saúde. Eles são anjos da guarda que cuidam de nós todos os dias e os nossos soldados na guerra contra a Covid”, afirmou o presidente do Sindaruc, Paulo Salesbram.
BANCO DE ALIMENTOS –Os produtores e permissionários da Ceasa são os grandes parceiros de outro importante projeto da Ceasa, o Banco de Alimentos, que distribui hortigranjeiros a entidades sociais e a famílias em situação de vulnerabilidade social.
Pelo Banco de Alimentos, produtos sem padrão de comercialização, mas em boas condições de consumo, são coletados e repassados às instituições e a famílias que moram no entorno da unidade. De outra forma, toneladas de alimentos que compõem a mesa dessas pessoas seriam desperdiçados e acabariam nos aterros sanitários.
Com a pandemia do novo coronavírus, o projeto ganhou ainda mais força, ampliando o volume de alimentos doados e o número de pessoas beneficiadas. Em fevereiro do ano passado, mês que antecedeu as primeiras medidas de combate à pandemia, 189 toneladas de alimentos foram distribuídas a 104 entidades e a 150 famílias, beneficiando cerca de 65 mil pessoas.
Já em dezembro, quase 357 toneladas de frutas, verduras e legumes foram arrecadadas e doadas a 119 entidades e a 250 famílias, atendendo cerca de 69 mil pessoas. Em todo o ano de 2020, 2,9 mil toneladas de alimentos foram distribuídas.
A ideia agora é que o Banco de Alimentos atinja um novo patamar. Com recursos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, cozinha industrial foi montada no local, para aproveitar de forma integral aqueles produtos que têm alguma avaria, mas ainda pode ser consumido, ampliando a vida útil dos alimentos.
Com a contratação de mão de obras de pessoas que cumprem pena no Estado, frutas, verduras e legumes são transformados em geleias, doces, compotas, molhos ou embalados a vácuo, já descascados, para facilitar a doação e o armazenamento. O trabalho já começou na Ceasa de Curitiba, mas ainda aguarda a licença da Vigilância Sanitária para que os alimentos possam ser distribuídos ao público atendido pelo projeto.