O incidente ocorreu hoje de manhã quando a polícia disparou balas de borracha para fazer dispersar dezenas de estudantes universitários que se manifestam no centro da capital sul-africana, noticiou o canal de televisão sul-africano.
As autoridades policiais e académicas não confirmaram aos jornalistas no local se a vítima foi alvejada com balas de borracha ou se por munição real, referiu o ENCA.
O porta-voz da polícia sul-africana, Kay Makhubele, escusou-se a confirmar o incidente, salientando que “a polícia está a investigar as circunstâncias em que ocorreu o incidente mortal”.
A polícia restringiu o trânsito no centro da capital económica sul-africana, nomeadamente os acessos à universidade, onde os estudantes se barricaram com pneus incendiados.
Em declarações ao canal sul-africano, um representante do Conselho Representativo dos Estudantes (SRC) da Wits ameaçou encerrar a instituição académica até que sejam atendidas as exigências dos estudantes.
Os alunos da universidade protestam desde terça-feira contra o que afirmam ser “a exclusão financeira de cerca de 80 mil alunos”.
Os estudantes exigem que aqueles que devem à universidade 150.000 rands (8.274 euros) em dívidas históricas continuem a receber assistência financeira do Estado e sejam autorizados a registarem-se gratuitamente para o novo ano letivo.
Membros dos Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido no poder, e do Economic Freedom Front (EFF, na sigla em inglês), de esquerda radical, na oposição, integram a manifestação de protesto.
A porta-voz da Universidade Wits, Shirona Patel, referiu, em declarações ao canal público de televisão, SABC, que “se a instituição continuar a aceitar alunos com dívidas históricas, a universidade passará a ser financeiramente insustentável”.
De acordo com a porta-voz, a universidade disponibilizou 20 milhões de rands (1,1 milhões de euros) para assistir alunos com dificuldades financeiras, e que 100 milhões de rands (5,5 milhões de euros) foram alocados através de bolsas de estudo.
Shirona Patel sublinhou que a dívida acumulada em propinas pendentes nos últimos sete anos ascende a mil milhões de rands (55,1 milhões de euros).
A procuradora-geral da República, Busisiwe Mkhwebane, instou o ministro da Polícia, Bheki Cele, e a Comissão de Direitos Humanos da África do Sul (SAHRC, na sigla em inglês) a intervirem nos protestos estudantis da Wits.