NENHUM CENTAVO A MENOS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Diante da pandemia causada pelo CoronaviÌrus, a população mundial foi colocada em alerta em um cenário de instabilidade e incertezas. No Brasil, mais de 250 mil pessoas jaÌ perderam suas vidas por conta da COVID-19 e, em grande parte pela falta de medidas efetivas de combate aÌ€ pandemia.
As universidades, institutos federais e institutos de pesquisa tem sido, desde o início da pandemia, instrumentos fundamentais de combate ao CoronaviÌrus. São essas instituições que têm produzido milhares de EPI’s, respiradores, entre outros equipamentos que contribuem na prevenção e recuperação da doença. Cabe destacar que os institutos puÌblicos de pesquisa como o Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz estão na linha de frente na produção de vacinas o que se mostra nesse momento uma ação efetiva de preservação da vida.
Entretanto, apesar da pandemia seguir exigindo maior capacidade de investimentos e inovação das nossas instituições - além de agravar a situação econoÌ‚mica de grande parcela dos estudantes - ficamos estarrecidos ao identificar que no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2021) estaÌ prevista uma redução de 17,5% das despesas discricionárias das universidades federais para este ano e de 18% para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
Não bastasse isso, a perspectiva apresentada pelo Governo Federal para a Pesquisa no país também não eÌ boa: a PLOA prevêÌ‚ redução de orçamento de 7,5% para o CNPQ e de 46% para o FNDCT caso não seja aprovada a reserva de contingência. Além do mais, 50% ou mais dos recursos para cada uma dessas áreas estaria dependente de créditos suplementares, com necessidade de aprovação posterior pelo Congresso nacional, valores “condicionados” em escala muito maior do que no ano de 2020.
Em se tratando do PNAES, o corte previsto eÌ de aproximadamente R$188 milhões. Caso seja aprovada a proposta do governo 58% dos recursos estarão condicionados também aÌ€ créditos suplementares, 18% a mais do que em 2020, justamente em um contexto em que a demanda por assistência estudantil tem se ampliado, em decorrência da queda da renda das famílias.
Nossas universidades e institutos federais, as instituições mais destacadas na formação dos estudantes e responsáveis por grande parte da produção científica do país, tem sofrido sucessivas reduções orçamentarias desde 2015, mas agora em dimensões ainda maiores. Essa redução, em meio aÌ€ uma pandemia, pode significar a paralisação de muitas atividades e ateÌ mesmo do funcionamento dessas instituições que em 2019, por exemplo, chegaram a ficar sem energia e outros serviços básicos por um momento.
Diante dessas informações, chamamos os parlamentares que tenham compromisso com a educação e a ciência que atuem em defesa de nossas instituições, buscando garantir um orçamento justo para a Pesquisa e para a Educação diante do quadro crítico de redução de recursos pelo qual jaÌ passam. Somente valorizando a Ciência e o papel que tem cumprido as universidades, os institutos federais e os institutos de pesquisa que o Brasil conseguiraÌ superar a pandemia salvando vidas e retomando um projeto de superação de todas dificuldades sociais.
Nesse sentido, as entidades da educação se posicionam contra os cortes no orçamento da educação para 2021 e exigem que o congresso nacional possa rever o projeto de Lei Orçamentária no sentido de garantir maior investimento para educação, ciência e tecnologia. Certos de que os parlamentares têm compromisso com a vida e com a população brasileira esperamos contar com esse respeito a educação pública que tem sido instrumento fundamental para garantir o combate a pandemia, a produção de vacinas e a defesa da vida.
Essa carta eÌ assinada pelas seguintes entidades de representação de estudantes, professores e trabalhadores teÌcnico-administrativos das universidades e institutos federais brasileiros:
· União Nacional dos Estudantes (UNE)
· União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES)
· Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG)
· O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF)
· Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (PROIFES)
· Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA-Sindical)
· Sindicato Nacional Dos Docentes Das Instituições De Ensino Superior (ANDES-SN)
· Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE)
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