A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) elegeu por aclamação, nesta quarta-feira (24), o senador Fernando Collor (Pros-AL) para a presidência do colegiado. Seu companheiro de chapa como vice-presidente é o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Eles vão comandar os trabalhos no biênio 2021-2022. O senador Marcelo Castro (MDB-PI) presidiu a sessão semipresencial de instalação.
Collor destacou o desafio que será retomar os debates aprofundados das comissões temáticas durante a pandemia da covid-19, para diminuir as desigualdades regionais e fortalecer o turismo, principais objetivos da CDR. Se em 2020 o Congresso auxiliou o Executivo para que pudesse agir legalmente no combate à doença, para este ano ele defende a retomada da discussão, nas comissões, de temas essenciais.
— Em 2021 o enfrentamento do vírus e de suas consequências continuará a merecer nossa atenção, mas precisamos retomar o debate de questões estratégicas, que permanecem sem a solução adequada. As desigualdades regionais são um exemplo claro e se manifestam nos mais diversos setores da infraestrutura econômica, saneamento básico, passando por acesso à saúde e educação de qualidade e inúmeros outros temas. A redução das desigualdades regionais e a promoção do desenvolvimento humano precisam estar na pauta das reformas estruturais, tão necessárias para o país avançar. O pacto federativo e a reforma tributária são excelentes oportunidades para criar instrumentos que permitam a todos os brasileiros desfrutarem de padrão semelhante de prosperidade e de qualidade de vida — opinou.
Como sempre faz nas comissões que preside, Collor sugeriu que a CDR faça um ciclo de debates ao longo desses dois anos para discutir temas que auxiliem na superação das desigualdades regionais e promova o turismo brasileiro.
As audiências públicas do ciclo devem ocorrer a cada 15 dias, provavelmente às segundas-feiras, e abordarão temas diversos, desde internet 5G, pacto federativo, reforma tributária, aviação regional e indústria da pesca até faixas de fronteira. Segundo o senador, os assuntos são tão amplos porque o desenvolvimento regional “transversaliza” toda a administração pública, e para resolver questões ligadas ao assunto, é preciso “abordar temas afeitos ao desenvolvimento como um todo”.
Flávio Bolsonaro destacou que os trabalhos da comissão poderão ser instrumento para gerar a dignidade que o brasileiro merece. Segundo ele, o desenvolvimento regional se tornará um dos canais de geração de emprego, com o novo marco do saneamento proporcionando investimentos bilionários no país. Também frisou o potencial do turismo brasileiro, que é subaproveitado. O número de turistas que vêm ao Brasil anualmente, pouco mais de seis milhões, é o mesmo que sobe no elevador da Torre Eiffel, em Paris, e isso precisa mudar, apontou.
Os novos dirigentes da comissão agradeceram à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que abriu mão de disputar no voto a vaga de vice-presidente. A senadora frisou seu compromisso com a pauta da comissão e pediu foco nos trabalhos para proporcionar uma melhoria da renda do brasileiro com a exploração sustentável do turismo, especialmente na região Nordeste, que tem grande potencial turístico.
O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) frisou a relevância dos trabalhos da comissão para diminuir a desigualdade regional e minimizar os impactos da pandemia nos próximos meses.
O ex-presidente da CDR, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), também reforçou a necessidade de atenção ao setor de turismo, um dos mais prejudicados economicamente com a pandemia de covid-19.
A CDR é composta por 17 senadores e igual número de suplentes.