Em pronunciamento nesta terça-feira (23), o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou a Campanha da Fraternidade de 2021, cujo tema é Fraternidade e diálogo: compromisso de amor.
Encabeçada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, a campanha, segundo Paim, faz uma forte crítica à negação da ciência, à cultura da violência contra mulheres, negros, indígenas e população LGBTI e ainda reprova a postura de igrejas que descumpriram as regas de distanciamento social durante a pandemia.
A intenção da campanha neste ano, segundo as entidades que a organizaram, é estimular a superação do cenário de polarização e violência que marca o mundo atual, disse o senador. Paim citou dados que fundamentaram a escolha do tema. De acordo com o Atlas da Violência de 2020, 420 pessoas LGBTI foram assassinadas no Brasil em 2018. Dessas, 164 eram transgêneros.
— Ainda segundo o Atlas da Violência, para cada pessoa não negra morta, 2,7 negros foram mortos. Os casos de feminicídio no Brasil cresceram 1,9% no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. Foram 648 mulheres assassinadas. Em 2019, o país registrou 1326 vítimas, um crescimento de 7,1% em relação a 2018 - disse.
Paim afirmou ainda que a Campanha da Fraternidade é um poderoso instrumento de consciência individual e coletiva de cidadania. Foi por intermédio dessa ação anual que temas relacionados aos idosos, à juventude, às pessoas com deficiência e à igualdade racial ganharam projeção nacional e, com apoio da CNBB, foram regulamentados em leis, muitas das quais de sua autoria, lembrou o senador.
— O Brasil precisa de diálogo, de solidariedade, fraternidade, justiça social, tolerância e muito amor. Mais uma vez, meus cumprimentos à CNBB, inclusive no apoio à política do salário-mínimo e à política dos idosos — afirmou.