Fani Willis, promotor distrital do condado de Fulton, Geórgia, sugeriu que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sabia o que estava fazendo quando pediu a uma autoridade da Geórgia para que "encontrasse" mais um voto do que o necessário para ganhar as eleições presidenciais, informa agência Reuters.
Willis está investigando uma ligação telefônica que ocorreu em 2 de janeiro e em que Trump pressiona o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a recalcular os votos no estado, acusando o secretário de Estado de "saber" e recusar relatar irregularidades e uma "fraude eleitoral".
Na ligação, vazada em 3 de janeiro, Trump diz: "Tudo o que quero fazer é o seguinte: só quero encontrar 11.780 votos, o que é um a mais do que temos", referindo-se à estreita margem de vitória do presidente Joe Biden no estado.
"Então, você olha os fatos para ver se eles realmente tinham intenções, eles entendiam o que estavam fazendo? […]. Fatos detalhados tornam-se importantes, como pedir um número específico e depois voltar para investigar e entender que esse número é apenas um a mais do que o necessário. […]. Isso permite que você saiba que alguém teve uma mente clara, que entendeu o que estava fazendo", disse na quinta-feira (11) Willis, sem citar no nome de Trump, em entrevista à emissora MSNBC.
O democrata Willis enviou cartas a autoridades estaduais, incluindo Raffensperger e o governador Brian Kemp, ambos republicanos, notificando-os sobre a investigação e pedindo aos seus escritórios que preservem todos os registros relacionados à eleição presidencial de 3 de novembro.
A investigação na Geógia foi anunciada em meio ao segundo julgamento de impeachment do ex-presidente republicano, que é acusado de incitar partidários a invadir o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro. Na quinta-feira (11), os democratas encerraram suas argumentações contra Donald Trump.