A angústia de dez meses, foi amenizada hoje, no Lar Frederico Ozanan. Vítima do coronavírus, a entidade perdeu a batalha por 11 vezes. Foram 11 anciões mortos na pandemia. Mas, agora, os ânimos são outros. A chegada da vacina, leva esperança. E, gritos de felicidade, já podem ser ouvidos ao longe.
Desde 19 de março, os 41 internos não podem se aproximar de familiares. O máximo que tiveram, foi uma cantata de Natal. Quando parentes puderam chegar até a calçada. Fora isso, tudo é saudade. E uma vontade sem fim de receber um abraço. Dados indicam que, dos 41, apenas 30 tem família.
Luzia está na instituição há 17 anos. Foi vacinada ontem. E não se queixou nem da picada. Não doeu. Conta que morava com a mãe. Mas com a sua morte, ficou sozinha no mundo. Não teve filhos, muito menos marido. Hoje, aos 61 anos, ela não entende bem sobre o que está acontecendo. Segundo responsáveis do Lar, Luzia possui atraso mental. Mesmo assim, isso não tira sua vontade em viver. Mais. Bem mais. Ela agora está vacinada. E, a bem da verdade, protegida sobre o que nem entende. Além dos 41 internos, a entidade vacinou também outros 48 profissionais que lá trabalham.