Em 2020, Crea fiscaliza mais de 2,3 mil obras de infraestrutura no Estado
Em 2020, Crea fiscaliza mais de 2,3 mil obras de infraestrutura no Estado
14/01/2021 às 20h06Atualizada em 14/01/2021 às 23h06
Por: Redação
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Fundamentais para a sociedade, as obras de infraestrutura não saíram do radar de atividades do Crea-PR durante o ano de 2020. Mesmo em meio à pandemia, que forçou o trabalho remoto e a adaptação de rotinas que antes eram 100% presenciais, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná se manteve firme nas fiscalizações de obras e serviços públicos em estradas, portos, aeroportos, hospitais, escolas e outras estruturas do setor público.No Paraná, entre janeiro e dezembro do ano passado, 2.336 fiscalizações foram realizadas neste contexto. Os trabalhos são divididos em três etapas. A primeira ocorre ainda na fase das licitações, com avaliação dos editais; verificação dos requisitos necessários para atividades técnicas em conformidade com a Lei n.º 8.666 e observância se há ou não previsão e existência de projetos. Depois, é analisado se as empresas que estão participando ou venceram os certames possuem registro e profissionais habilitados e, por último, as fiscalizações ocorrem diretamente nas obras, verificando o responsável pela execução de obra e principalmente, o responsável pela fiscalização.“O principal objetivo destas fiscalizações é verificar se todas as atividades estão sendo realizadas por profissionais habilitados, considerando sua grande importância social, pois os recursos públicos devem ser utilizados seguindo os princípios da economicidade, eficiência e eficácia”, introduz a Engenheira Ambiental e gerente do Departamento de Fiscalização (Defis) do Crea-PR, Mariana Maranhão.Das 2.336 fiscalizações realizadas em obras de infraestrutura durante o ano de 2020, 60% apresentaram algum tipo de irregularidade, sendo que a mais comum foi a falta de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), que ocorre quando há um profissional habilitado responsável pelo serviço, porém não houve registro de ART no Conselho (34%) e a falta de Registro de Pessoa Jurídica, observada quando empresas responsáveis pelas atividades não possuem registro no Conselho e, muitas vezes, estão sem profissional habilitado (20%).Outras infrações recorrentes foram exercício de atividades estranhas ao contrato e/ou objeto licitado (0,8%); falta de responsável técnico (2,5%); falta de visto ou registro profissional (1,5%) e exercício ilegal da profissão para Pessoa Física (0,5%). Mesmo em meio às irregularidades, no entanto, outro fato chama bastante a atenção: segundo levantamento do Crea-PR, muitas adequações foram feitas antes mesmo da emissão do auto de infração e até da efetiva fiscalização, que ocorre após a verificação das informações do edital e das empresas contratadas.“Os municípios estão buscando se adequar às legislações vigentes desde o lançamento do edital, o que ajuda a filtrar e afastar possíveis problemas futuros. Já nos casos em que a regularização ocorre depois do contato com o Crea-PR, percebemos que as empresas fornecedoras estão mais receptivas. Portanto, aproveitamos a ocasião para orientar de forma integral para que a regularização seja feita da forma mais breve possível”, acrescenta Mariana.Diante disso, 14% tiveram as irregularidades adequadas antes da emissão do auto e 44% estavam totalmente regulares antes mesmo de a fiscalização ocorrer. “Isso comprova que estamos no caminho certo, articulando apoio à gestão pública para diminuir possíveis irregularidades e comunicando os nossos objetivos de maneira clara”, finaliza a Engenheira. No ano de 2020, foram fiscalizadas 580 obras de infraestrutura nos municípios abrangidos pela Regional Maringá do Crea-PR. Até o momento 357 tiveram os seus processos concluídos, sendo que a maior parte (84%) foi sanada antes mesmo da emissão do auto de infração. Acompanhando a média estadual, a infração mais comum na Regional foi a falta de ART, correspondendo a 57% das irregularidades observadas, e exercício ilegal da profissão por Pessoa Jurídica (32%). Na sequência, aparecem falta de responsável técnico (5%); exercício de atividades estranhas (1,4%), falta de visto de pessoa Jurídica (1,4%); o exercício ilegal da profissão por Pessoa Física (0,7%) e a falta de registro profissional (0,7%).“O Crea tem realizado um trabalho de orientação nas fiscalizações e, quando há alguma irregularidade, o profissional ou empresa citados com algum tipo de irregularidade recebem um e-mail de alerta sobre a pendência. A maioria já atende e busca solucionar sem a necessidade de aplicação de penalidade”, explica o Engenheiro Civil e gerente da Regional Maringá do Crea-PR, Hélio Xavier da Silva Filho. Ainda de acordo com o gerente, os trabalhos de orientação e conscientização da sociedade sobre a importância de um profissional habilitado no planejamento e acompanhamento de obras e serviços de engenharia têm colaborado para que as fiscalizações sejam ainda mais assertivas.“No que diz respeito, principalmente, às obras de infraestrutura, sabemos o quanto elas são essenciais para o desenvolvimento e segurança da sociedade, por isso a mobilização é importante, pois reduz a aplicação de multas e irregularidades, mas também motiva mais legalidade e atenção às normas em todos os processos”, finaliza Silva Filho.
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