O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que seu governo irá trabalhar para estabelecer um diálogo com os Estados Unidos (EUA) sob o comando do presidente eleito, Joe Biden, depois que as relações se deterioraram com o atual presidente, Donald Trump.
"Espero que possamos trabalhar para reiniciar canais sinceros e diretos de diálogo decente entre o futuro governo de Joe Biden e o governo que presido", afirmou Maduro em discurso transmitido pela televisão estatal no domingo (8), um dia após o ex-vice presidente dos EUA ser declarado vencedor no pleito eleitoral.
O republicano Donald Trump utilizou sanções econômicas e pressões diplomáticas para levar o líder socialista venezuelano a renunciar, acusando-o de corrupção, violações dos direitos humanos e de fraude na sua vitória, na reeleição de 2018.
Washington fechou a embaixada em Caracas no ano passado e cortou laços com Maduro depois de reconhecer Juan Guaidó, o presidente da Assembleia Nacional controlada pela oposição, como o legítimo líder da Venezuela. Dezenas de outros países também reconheceram Guaidó, e os EUA impuseram sanções à indústria de petróleo do integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Os assessores de Biden disseram que ele pressionará por ajuda humanitária na Venezuela e modificará a estrutura de sanções, sem desmontá-la totalmente. As sanções se mostraram populares entre os apoiadores da oposição na Venezuela, bem como muitos eleitores de ascendência venezuelana e cubana na Flórida, um estado-chave que é disputado de perto entre democratas e republicanos.
Tanto Maduro quanto Guaidó parabenizaram Biden pela vitória no sábado.