Os investidores corriam nesta quarta-feira (4) para ajustar suas carteiras para um resultado mais apertado e demorado da eleição presidencial nos Estados Unidos (EUA) do que muitos haviam previsto, após as expectativas pré-eleitorais de uma vitória clara do Partido Democrata tanto na disputa pelo controle da Casa Branca quanto do Senado se mostrarem distantes.
Os mercados globais de ações giravam em torno dos resultados das eleições norte-americanas nas primeiras operações do dia, com um resultado final da apuração parecendo improvável por dias e o potencial impasse que complique um rápido pacote de gastos por parte do governo para conter os efeitos da pandemia.
O presidente republicano Donald Trump venceu no estado crucial da Flórida e lidera sobre o democrata Joe Biden em outros estados-chave, mas Biden manifestou confiança de que pode vencer se conquistar os três estados decisivos do Cinturão da Ferrugem.
"Os mercados não gostam de incerteza contínua, de não saber o resultado da eleição presidencial e a possibilidade de isso se arrastar por dias, e esse cenário parece provável", disse James Athey, diretor da Aberdeen Standard Investments.
Os futuros acionários dos EUA enfrentavam forte volatilidade, enquanto as bolsas de valores da Europa abriram em baixa e passaram a subir, depois de dois dias de fortes altas em antecipação a uma vitória folgada de Biden e a um grande pacote de estímulo econômico.
"Parece muito provável que, quem quer que vença a Casa Branca, teremos um Congresso dividido", disse Stéphane Monier, diretora de investimentos da Lombard Odier. "Isso tem implicações de amplo alcance para os mercados, principalmente porque significa que qualquer pacote de recuperação da pandemia ainda será difícil de aprovar. Nossos portfólios estão bem equilibrados para suportar a volatilidade à frente."
O dólar subia e os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA caíam.
"O dólar norte-americano e os treasuries (títulos do Tesouro) estão em um rali, o que é esperado em termos de operação de segurança", disse Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Global Investors, em Londres.
"Os mercados estão acordando para a ideia de que haverá uma onda de incerteza, e oscilações de mercado são prováveis ao passo que os investidores analisam as implicações."