O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, determinou neste sábado (31) que a Inglaterra retome o lockdown nacional depois de o Reino Unido ter ultrapassado a marca de 1 milhão de casos de covid-19 e no momento em que uma segunda onda de infecções ameaça sobrecarregar o serviço de saúde.
O Reino Unido, que tem o maior número oficial de mortes causadas pela covid-19 na Europa, está enfrentando mais de 20 mil novos casos de coronavírus por dia, e cientistas alertaram que o "pior cenário" de 80 mil mortos pode ser excedido.
Johnson, em entrevista coletiva convocada às pressas em Downing Street depois que a notícia de um lockdown vazou à imprensa, disse que a medida, com duração prevista de um mês em toda a Inglaterra, começará no primeiro minuto após a meia-noite de quinta-feira (5) e durará até 2 de dezembro.
Segundo as medidas, as pessoas só poderão deixar sua casa por motivos específicos como educação, trabalho, exercícios, compras essenciais e de remédios ou para cuidar de vulneráveis.
"Agora é o momento de adotar ações porque não há alternativa", disse Johnson, ao lado de seu chefe médico, Chris Whitty, e de seu assessor científico, Patrick Vallance.
O governo vai retomar seu esquema emergencial de subsídio salarial pelo novo coronavírus para garantir que os trabalhadores que foram temporariamente dispensados durante o lockdown recebam 80% de seu pagamento.
Lojas essenciais, escolas e universidades continuarão abertas, disse Johnson. Pubs e restaurantes serão fechados, a não ser para retiradas. Todo o varejo não essencial irá fechar.
A adoção de medidas mais restritivas por Johnson aconteceu depois que cientistas alertaram que o surto estava indo na direção errada e que era necessário agir para conter a disseminação do vírus para que as famílias possam ter esperanças de se reunir no Natal.
Johnson foi criticado por oponentes políticos por agir muito lentamente para o primeiro lockdown nacional, que se estendeu de 23 de março a 4 de julho. Ele adoeceu com covid-19 no fim de março e foi hospitalizado no início de abril.
As medidas vão alinhar a Inglaterra com a França e a Alemanha, ao impor restrições nacionais quase tão severas quanto aquelas que levaram a economia global à recessão mais profunda em gerações, mais cedo neste ano.