A abordagem "escalonada" do Reino Unido para conter o coronavírus parece estar funcionando, disse seu ministro das Relações Exteriores nesta sexta-feira (30), ao mesmo tempo em que França e Alemanha preparam novos controles a aglomerações quase tão rígidos quanto os lockdowns da primavera.
Europa e Estados Unidos emergiram como as zonas de perigo atuais da covid-19, que foi identificada na China em dezembro, em meio a uma crise global na qual quase 45 milhões de pessoas já foram infectadas e 1.178.943 morreram.
O chanceler britânico, Dominic Raab, disse que a abordagem localizada pode funcionar se todos respeitarem as regras.
O Reino Unido registrou uma média de mais de 20 mil casos diários novos ao longo da última semana, e uma média de mais de 200 mortes diárias no mesmo período.
Indagado se um lockdown nacional é inevitável agora, Raab respondeu: "Não, não acho que isto esteja certo, mas o que nos guia é a taxa do vírus."
"Vimos alguns indícios, desde que começamos a adotar esta abordagem escalonada, de que a taxa de crescimento desacelerou", disse ele à BBC TV.
O governo adotou um sistema de três escalões de restrições para áreas locais, mas o Partido Trabalhista, de oposição, pediu um lockdown temporário para romper cadeias de infecção.
França e Alemanha anunciaram novos lockdowns nesta semana, já que as infecções passaram da marca de 10 milhões no continente e hospitais e unidades de tratamento intensivo voltaram a ficar repletos de pacientes.
Bares, restaurantes e eventos esportivos e culturais foram restringidos ou fechados em vários outros países europeus.
A Bélgica, um dos países mais afetados da Europa, registrou uma média de 15.316 infecções novas por dia em meados de outubro, disseram autoridades de saúde, horas antes de o governo cogitar um lockdown. A Áustria registrou seu maior número diário de infecções até o momento.
O ministro da Economia da Itália, Roberto Gualtieri, disse nesta sexta-feira (30) que a "prioridade absoluta" do governo é evitar um lockdown nacional, mas a comissária de Saúde da União Europeia, Stella Kyriakides, disse que os membros do bloco deveriam estar preparados para impor novas restrições.
O aumento das infecções voltou a abalar os mercados financeiros. Ações caíram em todo o mundo, e o petróleo rumava para um recuo de dois dígitos nesta sexta-feira (30).