As urnas abriram no Chile neste domingo para um plebiscito histórico sobre se a Constituição do país, que vem da era do ditador Augusto Pinochet, será descartada e substituída por uma nova Carta a ser formulada, uma das principais reivindicações dos protestos que tomaram conta do país no ano passado.
Grandes protestos contra o governo, a desigualdade e o elitismo em uma das mais avançadas economias da América Latina tomaram o Chile no ano passado e foram retomados com o relaxamento das restrições adotadas para conter o coronavírus.
Os eleitores têm 12 horas, a partir das 8h locais (mesmo horário de Brasília) para votarem. Mais de 14,8 milhões de pessoas podem votar em 2.715 locais em todo o país, embora os que sofrem de Covid-19 tenham sido alertados para se manterem distantes sob ameaça de prisão.
Os chilenos decidirão se aprovam ou rejeitam uma nova Constituição e se ela deve ser elaborada por um grupo especial eleito pelos cidadãos, composto por metade de homens e metade de mulheres, com representantes indígenas, ou se por uma mistura de cidadãos e parlamentares.
É necessário maioria simples para vencer. As pesquisas de opinião sugerem que uma nova Constituição será aprovada por ampla margem.
Entre os primeiros a votar estava o presidente do Chile, Sebastián Piñera. Sua taxa de aprovação caiu para um patamar recorde de baixa em meio aos protestos e se manteve claudicante durante a pandemia.
Falando no bairro de Las Condes, perto de sua casa, ele fez um apelo para que os chilenos compareçam em números recordes, não importando sua inclinação de voto.
"Nesta noite, quando soubermos os resultados, respeitemos a decisão do povo e tomemos uma ação forte e clara pela democracia e não pela anarquia, pela paz e não pela violência, pela unidade e não pela divisão", disse ele a jornalistas.