O período de isolamento social gerou transformações na rotina das pessoas e, consequentemente, na dos bichinhos de estimação. Com a redução de passeios e a presença mais frequente das pessoas em casa, houve uma significativa diminuição da atividade do pet , impactando no ganho de peso.
Um levantamento realizado pela Wakefield Research, empresa de pesquisa de mercado, em parceria com o Banfield Pet Hospital ( Estados Unidos), identificou que 25% dos entrevistados considera que o animal de estimação "ganhou um pouco de peso" e 8% responderam que os pets "ganharam muito peso" na fase da quarentena.
Devido a este período muitos tutores conheceram o termo "monotonia alimentar" e quiseram levar para os melhores amigos de quatro patas. O conceito significa nada menos do que o balanceamento da dieta do animal. Oferecer uma alimentação equilibrada será o ideal para evitar problemas de saúde, incluindo o ganho de peso.
As rações têm como principal objetivo oferecer uma alimentação equilibrada. São saudáveis, no entanto, não possuem variedade de sabores, não sendo completamente suficientes. "Isso faz com que os pets se sintam enfadonhos recusando-se alimentar de modo completo, o que pode prejudicar a saúde deles. Os animais domésticos são muito estimulados por sabores", explica Hugo Fonseca, CEO da Mon Petit Chéri, empresa de gastronomia para pets.
"Uma das vantagens que a pandemia nos trouxe é a facilidade de poder fazer parte do dia a dia dos nossos pets e inclusive conhecê-los melhor, observar que aromas e sabores despertam mais o prazer pelo alimento. E ainda a possibilidade de pensar em opções que permitam a eles vivenciar a experiência da gastronomia além da ração", diz.
Para ser considerado um alimento completo e balanceado, a ração deve fornecer obrigatoriamente todos os nutrientes essenciais para aquela espécie animal e em quantidades que suportem as atividades metabólicas deles. Segundo Luciana Oliveira, veterinária com PhD em nutrição da Mon Petit Chéri, são considerados nutrientes essenciais aqueles que o organismo não consegue fabricar sozinho. No caso de cães e gatos, deve-se considerar na hora de comprar a ração:
Para elaborar um alimento caseiro completo e balanceado é necessário conhecimento específico em nutrição animal, de forma que esses alimentos, assim como as rações, tenham em sua composição todos os nutrientes essenciais para a espécie a qual se destina.
"Infelizmente, por falta de conhecimento de tutores, a preparação desses alimentos caseiros segue premissas de nutrição humana (ex. pouca gordura, sem sal, falta de proteína adequada aos pets...)", explica. Isso pode causar uma série de deficiências nutricionais que comprometem a saúde deles.
"Estes alimentos podem trazer inúmeros prejuízos ao organismo, como perda de massa muscular por deficiência de aminoácidos, além da má condição da pele e pelagem devido a deficiências de vitaminas e minerais, bem como problemas ósseos por deficiências de cálcio e fósforo, entre outras", reforça a veterinária.
Portanto, um médico veterinário deverá ser consultado para informar quais os nutrientes ideais que o seu tipo de animal necessita e podem ser incluídas em uma possível dieta caseira. Nada de ir seguindo dieta de Internet, viu?
Esses tipos de alimento seguem a mesma lógica das dietas caseiras. Devem ser prescritos por um especialista, que saberá qual é a melhor opção para o pet. São uma ótima opção de variação para o paladar do bichinho, já que podem ser úmidos e outras diferentes texturas.
A água é um nutriente essencial que deve estar presente na vida do pet já que as reações metabólicas dependem dela para ocorrerem. É essencial que tutores prestem atenção a esse fator, principalmente se o animal não comer alimentos muito úmidos.
"Quando falamos de cães e gatos, eles devem ter acesso a água potável todo o tempo. De forma geral recomenda-se que cães e gatos ingiram entre 60 a 70mL de água por quilo de peso por dia", afirma a veterinária. Outro alerta é que a ração seca tem uma humidade baixa, de 8% a 10%, e isso pode levar a problemas de saúde a longo prazo.
"Para cães, o ideal é que comam, no máximo, duas vezes ao dia. Cachorros com alguma doença podem necessitar de mais refeições. Já os gatos, que têm hábitos noturnos e gostam de comer pequenas quantidades e muitas vezes ao dia, devem receber duas ou mais refeições ao dia", diz. É possível ainda disponibilizar a quantidade total no início da noite, para que fique à disposição durante todo o período noturno. A quantidade deve seguir indicação da tabela orientativa que consta nas embalagens.
Outra recomendação é evitar o raciocínio de que "devido a ausência de passeio preciso compensar meu pet com guloseimas". "Não recomendamos ultrapassar 10% das calorias diárias deles com petiscos", afirma ela.
A especialista ainda enumera ainda alguns dos alimentos que devem ficar totalmente de fora da dieta do seu bichinho. São eles: