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O Centro Cultural Teatro Guaíra (CCTG) encerrou 2025 como um dos anos mais marcantes de sua história recente, com reconhecimento nacional, público expressivo e circulação intensa de seus corpos artísticos. A temporada foi marcada por grandes espetáculos, ações formativas e projetos de democratização do acesso à cultura. Somados, esses resultados consolidam o Teatro Guaíra como um dos principais pólos de produção e difusão cultural no Brasil.
O grande destaque do ano foi o Prêmio Cenym , o “Oscar do teatro brasileiro”, que elegeu o Guaíra como melhor casa de espetáculos do Brasil. A vitória histórica foi anunciada em novembro pela Academia de Artes no Teatro do Brasil (ATEB) que avaliou critérios como qualidade técnica, programação e contribuição cultural para as artes cênicas brasileiras.
Para Cleverson Cavalheiro, diretor-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, essa vitória valoriza os servidores, técnicos e artistas que trabalham no Teatro Guaíra. “Esta premiação é o reconhecimento que estamos no caminho certo: mais do que um espaço, somos um centro vivo de produção cultural e estamos levando o nome do Paraná para todo o Brasil.”
Entre janeiro a novembro, os quatro auditórios do complexo — Bento Munhoz da Rocha Neto (Guairão), Salvador de Ferrante (Guairinha), Glauco Flores de Sá Brito (Miniauditório) e Teatro José Maria Santos — receberam apresentações de música, dança, teatro e humor que movimentaram a cena cultural do Paraná.
Somados, nos 11 meses, foram 650 apresentações artísticas e não-artísticas, como formaturas e eventos, reunindo quase 357 mil pessoas, isso sem considerar a agenda do mês de dezembro (somente “O Quebra-Nozes” tem previsão de público de mais de 10 mil pessoas).
Os números se aproximam aos do ano passado, quando o teatro registrou recorde de público, com cerca de 413 mil pessoas.
Durante 2025, o Guaíra recebeu diversos shows de grande visibilidade e temporadas esgotadas. Ney Matogrosso, um dos artistas mais celebrados do país, foi o destaque: se apresentou em março e novembro e lotou todas as sessões no Guairão.
O Festival de Curitiba também movimentou intensamente o complexo. O CCTG foi palco de 15 espetáculos da Mostra Lucia Camargo, recebendo nomes de destaque da dramaturgia nacional, entre eles Debora Falabella (“Prima Facie”), Marcelo Serrado e Heloísa Périssé (“Avesso do Avesso”) e Gregório Duvivier (“O Céu da Língua”).
Outros artistas que passaram pelos auditórios cheios incluem Ana Botafogo com o clássico “Giselle”, Jorge Vercillo, Paula Toller, Humberto Gessinger, Serginho Lacerda, Almir Sater, Barão Vermelho, Zeca Baleiro, Armandinho, Oswaldo Montenegro, Gaúcho da Fronteira, Ana Carolina, Jorge Aragão, Nando Reis, Marco Luque, o espetáculo Tom na Fazenda, além de montagens teatrais com Antonio Fagundes, Cristiane Torloni, Claudia Raia e Adriana Birolli.
O CCTG também ofereceu cursos à comunidade em 2025, como de teatro para crianças e adolescentes, em parceria com a Biblioteca Pública do Paraná, com 30 vagas em Curitiba; e de Consciência Corporal e Integração Somática, voltado a profissionais das artes cênicas, que formou 95 alunos ao longo do ano na capital, em Jacarezinho e Arapongas.
CORPOS ARTÍSTICOS - As produções e corpos artísticos mantidos pelo Centro Cultural Teatro Guaíra — Balé Teatro Guaíra, G2 Cia de Dança, Escola de Dança Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná — também contribuíram para o bom desempenho do teatro ao longo de 2025. Ao todo, reuniram cerca de 100 mil pessoas em apresentações dentro e fora dos auditórios.
As produções do ano do CCTG iniciaram em fevereiro, com o 24º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, um dos mais tradicionais eventos do gênero no Brasil. Foram 47 espetáculos, 25 companhias e 3.867 espectadores, com apresentações nos auditórios e também ao ar livre, ampliando o alcance do evento para todos os públicos e idades.
Em novembro, a Associação Paranaense de Teatro de Bonecos (APRTB) lançou o documentário “Festival Espetacular de Teatro de Bonecos”, com pesquisa inédita no acervo do Teatro Guaíra e depoimentos de artistas que ajudaram a consolidar o festival. A produção está disponível no Youtube da APRTB.
O Teatro de Comédia do Paraná (TCP), projeto paralelo do Teatro Guaíra que funciona por meio de edital de chamamento, retornou aos palcos em 2025 com a peça “Daqui Ninguém Sai”, homenagem ao centenário do escritor Dalton Trevisan. A produção de dramaturgia de Nena Inoue emocionou o público e teve uma temporada de grande procura, com estreia no Festival de Curitiba e sessões lotadas no Guairinha, somando 5.081 espectadores ao longo do ano.
ESCOLA DE DANÇA TEATRO GUAÍRA –Por meio do programa “Guaíra para Todos”, o projeto “Pátios” levou apresentações gratuitas do Grupo de Dança da Escola de Dança Teatro Guaíra (EDTG) para 11 escolas públicas de Curitiba e Região Metropolitana, alcançando cerca de 5.300 pessoas — muitas vivenciando, pela primeira vez, a experiência da dança ou de um espetáculo artístico ao vivo.
Já o novo espetáculo “ALGO/RITMO”, coreografado pelo bailarino do Balé Teatro Guaíra, Rodrigo Leopolldo, lotou o Guairinha em julho e levou quase 3 mil espectadores ao Guairão em dezembro, encerrando o ano letivo da instituição. “Eu adoro esse espetáculo. Ele é potente, e os alunos se entregaram totalmente à proposta”, resumiu Larissa Pansera, coordenadora da EDTG.
Em 2025, a EDTG também viveu um momento histórico ao receber masterclasses da Ópera Nacional de Paris, referência mundial do balé clássico. Durante três dias, Élisabeth Platel, diretora da Escola da Ópera de Paris, e os étoiles Alice Renavand e Stéphane Bullion trabalharam diretamente com os alunos da escola, proporcionando uma troca artística de alto nível.
A escola se prepara agora para celebrar seus 70 anos em 2026, com uma programação comemorativa especial. “Vai ser um espetáculo com muitas histórias, muitos talentos formados e uma trajetória enorme”, adiantou Larissa.
G2 CIA. DE DANÇA –Comemorando 25 anos, a G2 Cia. de Dança estreou o espetáculo “Gregor – uma odisseia patética”, dirigido por Andrei Moscheto, com sessões esgotadas no Teatro José Maria Santos e mais de 1 mil espectadores durante a temporada.
No segundo semestre, a companhia realizou circulação estadual com o espetáculo “GAG – Uma Livre Adaptação de Heinrich von Kleist sobre o Teatro de Marionetes”, passando por Cascavel, Apucarana e Londrina. O espetáculo, que estreou em 2023, tem direção de Gabriel Villela, com colaboração de Ivan Andrade.
Ao todo, ao longo do ano, a G2 alcançou público de 3.262 pessoas. Os oito bailarinos da companhia ainda estrelaram vídeos em uma série especial que celebrou os 25 anos do grupo nas redes sociais.
BALÉ TEATRO GUAÍRA –O Balé Teatro Guaíra viveu um dos anos mais marcantes de sua história recente. A companhia abriu 2025 com uma turnê internacional em Portugal, retornando ao país após 43 anos, e abriu o segundo semestre com nova circulação internacional pela Dinamarca.
Também realizou turnê nacional por Minas Gerais e São Paulo, além de apresentações por municípios do Paraná. Em Curitiba, lotou o Guairão com “Orfeu e Eurídice” e retornou com sessões cheias do espetáculo “Contraponto”, indicado ao Prêmio APCA na categoria Elenco, um reconhecimento histórico para o BTG.
Em todas as circulações e apresentações, o Balé alcançou quase 37 mil espectadores, considerando o público do Guairão lotado em O Quebra-Nozes, trabalho que marca o encerramento do ano dos corpos artísticos do teatro.
O diretor artístico da companhia, Luiz Fernando Bongiovanni, destaca o amadurecimento do elenco. “Tivemos um ano incrível, com turnês nacionais e internacionais, um repertório vasto e um elenco versátil, maduro e extremamente comprometido. Isso se reflete na indicação histórica ao APCA e no reconhecimento crescente da companhia.”
Ele adianta que, para 2026, o BTG prepara uma temporada de novas criações, ampliação de repertório e investimentos formativos para o elenco, incluindo residências, oficinas de teatro, circo, texto e movimento.
ORQUESTRA SINFÔNICA DO PARANÁ –Celebrando 40 anos, a Orquestra Sinfônica do Paraná viveu uma das temporadas mais significativas de sua história. Apenas os concertos de aniversário, com a Sinfonia da Ressurreição, de Gustav Mahler, reuniram mais de 6 mil pessoas no Guairão. A apresentação completa foi registrada em vídeo pelo Instituto de Apoio à Orquestra Sinfônica do Paraná (IAOSP) e será exibida na TV Paraná Turismo nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, às 16 horas..
Ao longo de 2025, a OSP realizou 41 concertos dentro e fora do Paraná, se apresentando para cerca de 45 mil espectadores em sua temporada regular.
Apenas o projeto Mostly Mozart, dedicado ao compositor, reuniu 6,5 mil pessoas em concertos gratuitos no vão-livre do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. A OSP também levou apresentações do projeto Guaíra para Todos a diversas cidades da região metropolitana da capital, alcançando quase 4,7 mil espectadores.
A maior parte do público, porém, partiu de apresentações dentro de casa, no Guairão, atingindo cerca de 33,5 mil pessoas com concertos que se dedicaram a diferentes autores, como Ravel, Strauss, Tchaikovsky, Shostakovich, De Falla e Prokofiev. Algumas apresentações contaram com renomados maestros, como Roberto Ramos e Simone Menezes, e solistas convidados, como o pianista Bernardo Santos e o violoncelista Viktor Uzur.
Entre outros destaques da temporada, a Orquestra tocou em duas das mais importantes salas de concerto do país: a Sala São Paulo, dentro da programação do Festival de Inverno de Campos do Jordão, e a Sala Minas Gerais, ambas com plateia cheia.
Outro momento emblemático de 2025 foi a histórica parceria entre a Orquestra Sinfônica do Paraná e solistas da Academia da Ópera de Paris, que lotaram o Guairão no concerto “Bizet e seus Contemporâneos”. Sob regência do maestro convidado Gabriel Rhein-Schirato, a apresentação foi realizada dentro das comemorações pelos 40 anos da OSP e da Temporada França–Brasil 2025.
Antes do último concerto do ano, o maestro e diretor musical Roberto Tibiriçá ressaltou a grandeza da temporada. “Foi um ano muito bonito, com o concerto de 40 anos, apresentações históricas e resposta calorosa do público”.
Ele também adiantou novidades para 2026, como a chegada de novos instrumentos adquiridos com investimentos do Governo do Estado para renovar e ampliar o potencial artístico da orquestra. “Em toda a minha carreira de músico, de regente, não me lembro de ter recebido esse prestígio todo. É um legado que fica para o Teatro Guaíra, para a orquestra e para a comunidade”, afirmou.
CONSOLIDAÇÃO E PROJEÇÃO PARA O FUTURO –Com auditórios cheios, circulação intensa dos corpos artísticos e espetáculos de grande procura, o Centro Cultural Teatro Guaíra consolidou em 2025 um dos anos mais importantes da última década. Os números refletem o compromisso contínuo com a excelência, a integração com o público e a expansão das ações culturais pelo Paraná.
Para 2026, além da continuidade do trabalho dos corpos artísticos que compõem o CCTG, o complexo passará por grandes intervenções. Está prevista uma série de melhorias no espaço a partir do repasse, pelo governo no Estado, de R$ 50 milhões, o maior investimento da história do teatro.
A verba contempla o restauro, revitalização, adequação e modernização da estrutura do Teatro Guaíra para receber com excelência espetáculos artísticos e culturais, que vão desde peças teatrais e concertos musicais até apresentações de ópera e balé.
