Um homem de 40 anos foi morto a tiros na madrugada desta quarta-feira (17) em uma propriedade rural na Estrada Velha para Campina da Lagoa, no Paraná. O principal suspeito do crime é o próprio filho da vítima, um jovem de 19 anos, que fugiu do local antes da chegada da Polícia Civil.
Segundo investigações preliminares da Delegacia de Campina da Lagoa, a vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo no tórax. No imóvel, os policiais apreenderam duas armas de fogo artesanais e munições calibre .22.
Contexto do crime e antecedentes
Testemunhas relataram à polícia que, momentos antes do homicídio, teria ocorrido uma agressão da vítima contra sua esposa, mãe do suspeito. A delegada titular do caso, no entanto, enfatiza que a alegação de legítima defesa, levantada pela defesa do jovem, será apurada tecnicamente durante o inquérito. Ela destacou que o casal, casado há mais de 20 anos, não tinha registros de medidas protetivas ou boletins de ocorrência por violência doméstica.
Em contraste, o suspeito possui antecedentes criminais. Ele foi condenado recentemente por lesão corporal grave com arma branca e cumpria pena de um ano de reclusão em regime aberto, determinada pela Justiça local.
Prisão preventiva foi negada pela Justiça
O jovem compareceu à delegacia acompanhado de um advogado na manhã desta quarta-feira para evitar a prisão em flagrante. A Polícia Civil, com parecer favorável do Ministério Público, pediu a prisão preventiva do suspeito.
A delegada argumentou em seu pedido que a tese de legítima defesa "é matéria de mérito que deve ser provada pela defesa técnica" e que seria "imaturo e temerário" manter o investigado em liberdade apenas com base nessa alegação, diante de seus antecedentes. "A sociedade não pode tolerar que cidadãos ceifem a vida de familiares sob o pretexto de justiça privada, transformando o direito à legítima defesa em um salvo-conduto", declarou.
Apesar dos argumentos, a juíza substituta negou o pedido de prisão preventiva. Como medidas alternativas, ela determinou que o investigado deve se apresentar periodicamente no fórum para justificar suas atividades e está proibido de se ausentar da Comarca.
Posicionamento da polícia
A Polícia Civil reforçou que "atos de violência extrema não são formas de resolução de conflitos familiares" e destacou a importância do registro de boletins de ocorrência e da solicitação de medidas protetivas em casos de violência doméstica. As investigações continuam para apurar todas as circunstâncias do caso.