
Coragem e conhecimento técnico caminham lado a lado na rotina de um perito criminal. Nesta quinta-feira (4) celebra-se o Dia do Perito, data que destaca a relevância desses profissionais na elucidação de crimes e na produção de provas confiáveis. Responsáveis por análises de locais de crime à perícia digital e laboratorial, os peritos desempenham um papel estratégico para o funcionamento do sistema de justiça e para a segurança pública.
“A lei diz que sempre que a infração deixar vestígio, é obrigatório o exame pericial. Neste sentido, o perito oficial criminal atua para analisar, identificar, coletar e processar esses vestígios, transformando-os em provas materiais que subsidiarão os procedimentos criminais. Com provas qualificadas e robustas a chance de se efetivamente fazer justiça aumenta, fortalecendo o combate à impunidade”, destaca o diretor-geral da Polícia Científica do Paraná (PCIPR), Ciro Pimenta.
O exercício da perícia criminal exige não apenas domínio técnico, mas também uma conduta de rigor metodológico e compromisso ético. No cotidiano, os profissionais lidam com cenas sensíveis, evidências frágeis e situações de alta complexidade, nas quais qualquer procedimento incorreto pode comprometer uma investigação inteira. Por isso, a formação contínua, a capacidade de análise crítica e o equilíbrio emocional tornam-se competências indispensáveis para quem atua na linha de frente da verificação de um vestígio criminal.
“O perito deve focar em uma atuação técnica e discreta”, ressalta o diretor da PCIPR. “A perícia criminal é o instrumento essencial no auxílio à justiça, por isso os profissionais devem estar bem cientes do propósito que envolve sua missão profissional, equilibrando suas percepções pessoais e culturais para conseguir mitigar os fatores emocionais e entregar um bom resultado — sempre atuando com técnica e rigor científico em busca da verdade”.
Além da atuação direta nos locais de crime, o profissional desempenha um papel decisivo na interpretação dos vestígios, transformando dados brutos em informações compreensíveis e tecnicamente embasadas para autoridades policiais, Ministério Público e Justiça. Cada laudo entregue representa a síntese de métodos científicos, análises comparativas e verificações minuciosas. É esse cuidado na construção da prova que garante maior segurança às investigações e contribui para decisões mais assertivas no processo penal.
INOVAÇÃO E MODERNIZAÇÃO– O avanço tecnológico também reposicionou o trabalho pericial no Paraná. Nos últimos cinco anos foram investidos mais de R$ 70 milhões em equipamentos de ponta, com destaque para as áreas de balística — na qual o Paraná foi o primeiro estado a integrar o Sistema Nacional de Análises Balísticas — além de genética, computação, toxicologia e química forense.
A modernização dos laboratórios ampliou o portfólio de exames, elevou a precisão das análises e permitiu uma atuação mais integrada com universidades, forças de segurança e órgãos do sistema de justiça, colocando o estado em evidência no cenário nacional e internacional.
Em outubro, a PCIPR realizou a posse dos profissionais contemplados na maior nomeação da história da instituição. Foram empossados 52 técnicos de perícia e 106 peritos oficiais que reforçaram o efetivo em todas as regiões do Estado. Com os novos servidores, o quadro da instituição ultrapassa os 700 profissionais. Esse incremento histórico representa um marco para a Polícia Científica, garantindo maior agilidade, precisão e modernização nos trabalhos periciais em todo o Estado.