Uma operação conjunta realizada na última quarta-feira (3) em Campo Mourão resultou na apreensão de aproximadamente 30 aves silvestres, na aplicação de multas ambientais que somam R$ 30,5 mil e no encaminhamento de duas pessoas à Central de Flagrantes. A ação, motivada por denúncias anônimas, visava combater maus-tratos e a manutenção irregular de animais da fauna nativa.
A fiscalização foi conduzida pela 16ª Subdivisão Policial (SDP) em parceria com a Polícia Militar Ambiental, a Associação dos Protetores de Animais Independentes (PAIS) e com o apoio técnico do Instituto Água e Terra (IAT). As equipes percorreram dois endereços residenciais na cidade, onde constataram graves irregularidades no cativeiro de aves.
No primeiro imóvel vistoriado, os agentes encontraram 12 pássaros mantidos em condições irregulares e sem a documentação obrigatória. Entre as espécies resgatadas estavam canários-da-terra, coleirinhas, trinca-ferros, azulão e tico-tico. Todas as gaiolas foram apreendidas. O responsável, além de assinar um Termo Circunstanciado por infração penal, foi autuado com uma multa ambiental de R$ 6 mil.
Em outra residência nas proximidades, a situação foi ainda mais grave. A equipe localizou 18 aves silvestres em 17 gaiolas. As irregularidades iam desde a falta de anilhas de identificação até a utilização fraudulenta de anilhas registradas em nome de outro criador, prática que configura crime. Entre os animais apreendidos, destacava-se um curió, espécie considerada ameaçada de extinção. O proprietário foi conduzido à delegacia e multado em R$ 24,5 mil.
Todas as aves resgatadas foram entregues ao escritório regional do IAT em Campo Mourão, onde receberão os cuidados necessários para posterior avaliação sobre possível reinserção à natureza.
Os órgãos envolvidos reforçaram que a operação é parte de um trabalho permanente de proteção à fauna e repressão a crimes ambientais. Eles destacaram o papel crucial das denúncias da população, que são instrumentos fundamentais para identificar criadouros clandestinos e coibir o tráfico e o sofrimento de espécies nativas.
"A colaboração da sociedade é decisiva. Cada denúncia nos leva a um foco de crime ambiental que, de outra forma, poderia permanecer oculto", afirmou um dos coordenadores da ação.