A iniciativa reúne idosos de Tefé e comunidades vizinhas para preservar a tradição amazônica e fortalecer a autoestima da terceira idade
O município de Tefé (distante a 523 quilômetros de Manaus) é palco de um movimento emocionante de valorização da memória e da cultura amazônica por meio do projeto ‘Contadores de Histórias’, idealizado pela artista e educadora Tereza Cavalcante, de 78 anos. A iniciativa transforma lembranças da terceira idade em monólogos teatrais apresentados ao público, reforçando a importância da oralidade e preservando narrativas que marcaram gerações.
O projeto é realizado com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Conselho Estadual de Cultura, bem como do Governo Federal.
A ideia nasceu do desejo de impedir que histórias construídas à beira dos rios, nas cozinhas de barro e sob a luz de lamparinas desaparecessem com o tempo. A partir de oficinas e encontros formativos, os participantes revisitam suas vivências, organizam suas memórias e descobrem que suas vozes ainda carregam força, sabedoria e beleza.
Para Tereza Cavalcante, a idealizadora, o processo foi transformador. “Foi muito marcante porque tive uma experiência muito forte. Eu fiquei muito impressionada, porque a gente estava se esquecendo daquela época. E como nós participamos, só gente idosa, isso foi muito bom para mim, para relembrarmos”, realtou
Realizado com apoio do Edital de Chamamento Público nº 07/2024 – Fomento à Execução de Ações Culturais de Teatro, por meio da Política Nacional Aldir Blanc, o projeto contempla a seleção de 20 idosos, a realização de 10 encontros formativos, 5 ensaios teatrais e 3 apresentações públicas, cada uma com expectativa de alcançar ao menos 100 espectadores.
O público-alvo envolve idosos de Tefé, Alvarães e comunidades ribeirinhas próximas, homens e mulheres com trajetórias marcadas pela cultura oral amazônica. Para muitos, o projeto representa inclusão, reconhecimento e uma oportunidade de reviver memórias afetivas enquanto descobrem o palco como espaço de expressão.