
A Câmara Municipal de Roncador aprovou, na noite desta segunda-feira (17), a abertura de uma Comissão Processante e determinou o afastamento por 60 dias da vereadora Adriana de Freitas (PP), vice-presidente da Casa. A decisão, tomada por 6 votos a 1, tem caráter cautelar e não implica em punição definitiva. A parlamentar é investigada sob a suspeita de apresentar um atestado médico incompatível com suas atividades.
O cerne da denúncia
A investigação foi motivada por uma denúncia de um morador, que apontou uma suposta inconsistência na justificativa de falta da vereadora. De acordo com a representação, Adriana protocolou um atestado médico no dia 3 de novembro para justificar sua ausência em uma sessão legislativa. No entanto, no mesmo dia, ela teria publicado em redes sociais uma foto praticando atividade física em uma academia.
A comissão processante, composta pelos vereadores Marilza Dias Assis Ferreira (presidente), João Altair Albertti Junior (relator) e Antônio Martins (membro), terá o prazo de dois meses para analisar documentos, ouvir testemunhas e apurar se houve incompatibilidade entre o documento médico e a atividade registrada.
A defesa da vereadora
Em contato com a TRIBUNA, a vereadora Adriana de Freitas apresentou sua versão dos fatos. Ela explicou que o atestado foi obtido após uma consulta em uma Unidade Básica de Saúde para justificar sua falta em duas escolas onde leciona. Por considerar a atitude "moral e ética", decidiu protocolar o mesmo documento na Câmara, já que teria uma sessão no mesmo dia.
"O atestado não me impedia de fazer atividade física. Se você pegar meu histórico profissional, peguei atestado por três vezes apenas: para nascer a minha filha, por dengue e uma operação da vesícula. Eu não sou de ir em porta de hospital para pegar atestado", afirmou. Ela ressaltou que, mesmo não sendo obrigatória a justificativa – já que o regimento interno permite até 12 faltas não justificadas por ano –, optou por apresentar o documento. "Resumindo, é política", desabafou.
Ação na Justiça
O advogado de defesa da vereadora, Audio Ciupa, classificou a denúncia como "puramente política" e sem sustentação legal. "Acatar a denúncia, tudo bem. Mas afastar a vereadora porque estão contestando um atestado médico? É demais", declarou.
Ciupa informou que entrará com um mandado de segurança para tentar reverter o afastamento e reconduzir Adriana ao cargo. "A denúncia é infundada do ponto de vista legal e moral. A vereadora jamais iria protocolar um documento suspeito ou falso. Ela estava na academia por recomendação médica e vamos provar isso na defesa", acrescentou o advogado.