A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) marcou presença na última reunião do ano da Câmara Técnica da Sericicultura, realizada nesta quarta-feira (12), em Maringá, na região Noroeste. O encontro, que contou com a participação de diversas entidades públicas e representantes da Fundação de Fiação de Seda Bratac, teve como pauta principal o balanço das ações realizadas durante 2025, além da apresentação do planejamento para o próximo ano.
Representando a Adapar, a equipe composta por chefes de divisões relacionadas ao tema e do Escritório Regional de Maringá, apresentou um balanço detalhado das atividades de fiscalização e defesa sanitária executadas nos últimos dois anos. As ações da agência são realizadas com o objetivo de assegurar a proteção da sericicultura, principalmente em relação à fiscalização do uso de agrotóxicos e ao monitoramento de ocorrências de deriva, principal causa da alta mortalidade nas criações do bicho-da-seda.
O Paraná é o maior produtor nacional de casulos do bicho-da-seda, respondendo por mais de 80% da produção brasileira. A atividade representa uma grande relevância social e econômica, especialmente para a agricultura familiar, principalmente na região Noroeste do Estado. A Câmara Técnica do Complexo da Seda é um fórum multissetorial essencial para propor e discutir soluções e inovações para a cultura.
O chefe da Divisão de Controle de Agrotóxicos da Adapar, Leandro Dadalt, fala sobre as dificuldades enfrentadas pela da sericicultura. “Essa produção enfrenta desafios diariamente, como as condições climáticas que não favorecem, a temperatura excessiva, a falta de chuva, desafios da manutenção da sanidade das lagartas que é promovida pelos técnicos da Bratac, e principalmente aí os desafios da convivência com as lavouras agrícolas, que dependem também da utilização de agrotóxicos para o controle de pragas que possam afetar as culturas”, explica.
O engenheiro agrônomo também destaca a importância das ações da autarquia para o fortalecimento da produção da seda. “A Adapar vem trabalhando por meio de fiscalizações, até mesmo de maneira preventiva, para promover a correta aplicação de agrotóxicos, para que os agricultores utilizem as boas práticas de aplicação evitando que esses produtos cheguem até os campos de produção da amora e do bicho da seda e venha causar dano dessa atividade que é ligada principalmente a agricultores familiares”, pontua.
A participação ativa da agência e demais instituições reforça o compromisso do estado do Paraná em manter a excelência e a liderança na produção de seda, garantindo a qualidade do produto e a proteção aos sericicultores. As programações para 2026 têm o intuito de continuar o fortalecimento da cadeia produtiva, com foco em pesquisa, assistência técnica e defesa agropecuária.
VALORIZAÇÃO– A sericicultura no Noroeste é um meio de subsistência de milhares de famílias, além de posicionar o Paraná e consequentemente o Brasil, como um expoente na produção e na qualidade da seda. Neste ano, durante o 41º Encontro de Sericicultores do Paraná, que aconteceu em julho no município de Cruzeiro do Sul, foram anunciadas as dez melhores produtoras do Estado, por meio do Concurso Seda Paraná, iniciativa da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), com apoio do Gabinete da Primeira-Dama.
Posteriormente, as duas melhores colocadas ganharam uma viagem para a França. Elas vão participar da feira internacional Silk In Lyon, de 20 a 23 de novembro. Além do concurso, o Governo do Estado também desenvolve o Programa Seda Paraná, que tem o objetivo de promover e estimular a sericicultura, dando destaque, principalmente, para as produtoras mulheres.
HISTORICO NO PARANÁ– O Paraná é líder nacional na sericicultura, sendo responsável por 86% da produção de seda do Brasil, seguido por São Paulo, responsável por 10% da produção e Mato Grosso que produz 4% da seda brasileira. O município de Nova Esperança, localizado no Noroeste, é considerado a capital nacional da seda. No último ano o município foi responsável pela produção de 94,44 toneladas de casulos, em 250 hectares de amoreiras. A produção resultou no Valor Bruto de Produção de R$ 3,1 milhões.
No Paraná, 148 municípios fizeram parte da cultura em 2024. Neste período foram plantadas amoreiras em 2.460 hectares, com produção de 1,35 mil toneladas de casulos, o que resultou em um VBP de R$ 44,4 milhões. As propriedades familiares representam uma parte expressiva dessa produção, pelo fato de que a sericicultura é uma cultura alternativa. A presença de mulheres é robusta na cadeia produtiva, que exporta o fio de seda para países como França, Itália, Japão, Índia e China.