O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) realizou na manhã desta terça-feira (4) a cerimônia de posse de Renê Garcia Junior como novo diretor-presidente da instituição. Ele até então ocupava o cargo de diretor vice-presidente do BRDE e sucede Ranolfo Vieira Júnior, do Rio Grande do Sul, que agora passa a ocupar o cargo de diretor de Operações.
A governança do BRDE é estruturada de forma colegiada, envolvendo os três estados do Sul — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A presidência é rotativa. Essa estrutura garante que as decisões estratégicas do banco estejam alinhadas com as políticas públicas estaduais, promovendo uma visão integrada de desenvolvimento.
O modelo permite que o BRDE atue como um catalisador de investimentos em áreas prioritárias como inovação, sustentabilidade, infraestrutura e apoio a micro, pequenas e médias empresas, ampliando sua presença de forma equilibrada em toda a região Sul.
Renê Garcia Junior passou a atuar no BRDE em 2023 como diretor de Operações após ocupar o cargo de secretário estadual da Fazenda do Governo do Paraná. Na posse, ele destacou os desafios da economia e a importância de preparar o banco para apoiar e incentivar empresas.
“Temos que nos preparar para de alguma forma incentivar e apoiar essa nova economia que está chegando, com empresas mais dinâmicas, muita tecnologia e um olhar sustentável”, afirmou. Ele também ressaltou o compromisso de fortalecer a imagem e a estrutura financeira do banco. “Vamos fazer do BRDE uma instituição cada vez mais respeitada e, se possível, mais capitalizada.”
A posse foi marcada por homenagens ao ex-presidente Ranolfo Vieira Júnior, reconhecido por sua visão estratégica e capacidade de comunicação. “Vai ser uma grande dificuldade suceder Ranolfo. Ele tem brilho no olhar e brilho no dizer”, disse Renê.
Renê também compartilhou aspectos de sua trajetória pessoal e profissional, revelando sua admiração pelo mundo acadêmico e lembrando que iniciou seus estudos aos 16 anos na Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde também concluiu o mestrado e doutorado em Economia. Com sólida formação e ampla experiência em políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional, Renê é um dos principais pensadores econômicos do Brasil.
Nos três estados do Sul, o BRDE liberou aproximadamente R$ 6 bilhões em contratos em 2024. O número total de contratos avançou 75%, com as micro e pequenas empresas e os produtores rurais sendo os segmentos de maior crescimento.
Para atender a demanda crescente por projetos alinhados à agenda da sustentabilidade e para fortalecer a inovação, o BRDE vem aprimorando a sua política de diversificação de funding. Neste sentido, o banco segue ampliando suas operações com instituições financeiras mundiais, como no caso da nova operação com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), no valor de 120 milhões de euros, destinados a projetos com foco prioritário de alto impacto em favor do meio ambiente e do clima.
Outro mecanismo que se consolidou nos anos recentes foi o acesos ao mercado de capitais. No mês passado, o BRDE alcançou R$ 1,16 bilhão em captação via títulos de renda fixa. O banco foi a primeira instituição no Brasil a emitir LCDs – Letras de Crédito do Desenvolvimento, em novembro do ano passado, alcançando em apenas uma semana o limite de emissões permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com R$ 266,5 milhões captados. O BRDE também opera através de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que ultrapassaram os R$ 350 milhões no segundo semestre do ano passado, assim como por intermédio de Recibo de Depósito Bancário (RDB).