
Em suas alegações finais, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação dos mandatos do prefeito de Moreira Sales, Luiz Volpato, do vice, Rafael Maestá, e da vereadora Priscila Albano. O pedido, protocolado na Ação de Investigação Judicial Eleitoral, aponta abuso de poder econômico e político durante a campanha eleitoral de 2024.
De acordo com o promotor de Justiça André Ruiz Prates, as provas colhidas nos autos são contundentes e demonstram um esquema organizado de compra de votos. A materialidade dos crimes, segundo ele, está "fartamente comprovada" por meio de dados extraídos do celular de Edina Frasson – apontada como operadora do esquema – e por depoimentos de testemunhas.
Em sua manifestação, o promotor descreveu um "modus operandi padronizado". “A prova dos autos é cristalina: Edina Frasson oferecia R$ 100,00 a eleitores, sob o pretexto de um ‘trabalho’ no dia da eleição, quando a contrapartida real era o voto nos candidatos Priscila Albano e Luiz Antônio Volpato”, narrou Prates.
A atuação de Frasson, que supostamente usava sua posição funcional no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para obter informações privilegiadas, também é destacada na ação. O MP aleta ainda que a captação de votos ocorria até mesmo na "fila do leite", programa social municipal, com todas as situações devidamente documentadas.
O Ministério Público sustenta que a operação de cooptação de eleitores era de conhecimento do prefeito e de seu vice, que seriam os "diretamente beneficiados" pela fraude.
Ao final de sua manifestação, o promotor não só requer a cassação dos diplomas (mandatos) dos três políticos, mas também que eles sejam declarados inelegíveis por oito anos.
Caso a Justiça Eleitoral acolha o pleito do MPE, o município de Moreira Sales poderá ter que realizar uma nova eleição para prefeito.