Mesmo sem registrar casos confirmados de sarampo desde 2020, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), segue em alerta devido ao aumento no número de casos da doença em outras regiões do Brasil. A Sesa reforça a importância da vacina como principal forma de prevenção à doença.
De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), já são 34 casos confirmados no País. Desses, nove são de pessoas que retornaram do Exterior e 22 estão relacionados a contatos com esses viajantes. Os estados de Tocantins, Maranhão e Mato Grosso foram classificados como em surto ativo.
Até a Semana Epidemiológica 40, o Paraná registrou 164 casos notificados de sarampo, sendo 158 descartados e seis em investigação, aguardando o resultado do Laboratório Central do Estado (Lacen). Os casos suspeitos estão em Assis Chateaubriand (20ª Regional de Saúde), União da Vitória (6ª RS), Sarandi (17ª RS), Altônia (12ª RS) e dois em Ipiranga (3ª RS).
O Estado mantém atenção redobrada nas ações de imunização e vigilância, principalmente nas regiões de fronteira. Como parte da estratégia de conscientização da população e reforço das medidas de proteção, a Sesa, com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Paraná, instalou banners informativos sobre prevenção do sarampo nos aeroportos do Estado e reforça que a vacinação, disponível gratuitamente em diversas unidades de saúde, é a principal forma de prevenção.
META– O Ministério da Saúde estabelece como meta 95% de cobertura vacinal para garantir a proteção coletiva contra o vírus. Segundo levantamento da Sesa, o Paraná apresenta 93,14% de cobertura para a primeira dose da vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — e 82,48% para a segunda dose, essencial para a imunização completa de pessoas com menos de 30 anos e profissionais da saúde.
O secretário estadual da Saúde em exercício, César Neves, destaca que a manutenção das altas coberturas vacinais é fundamental para proteger a população e impedir o retorno de doenças já controladas. “É fundamental manter o empenho das equipes da saúde nas ações de vigilância e, principalmente, reforçar a adesão da população à vacinação. Precisamos seguir atentos e garantir que todas as crianças, jovens e adultos estejam com as doses em dia. Vacinar é um ato de responsabilidade coletiva”, reforça Neves.
ESQUEMA VACINAL– Em função da proximidade com países que já registram casos, como Bolívia, Argentina e Paraguai, em junho de 2025 o Paraná adotou a aplicação da chamada “dose zero”, recomendada pelo Ministério da Saúde para bebês de 6 meses a menores de 1 ano. O calendário regular prevê a primeira dose aos 12 meses e a segunda aos 15 meses.
Em jovens e adultos até 29 anos, o esquema vacinal inclui duas doses da tríplice viral. Para pessoas de 30 a 59 anos, é necessário uma dose, enquanto os trabalhadores da saúde, independentemente da idade, devem receber duas doses.
A ação busca reduzir o número de não vacinados e melhorar as coberturas vacinais, prevenindo doenças que podem ser evitadas por meio da imunização.
TRANSMISSÃO– O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida de forma direta por secreções liberadas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. As partículas virais podem permanecer suspensas no ar por várias horas, o que aumenta o poder de contágio.
SINTOMAS– Os sintomas mais comuns do sarampo são febre alta e exantema (manchas avermelhadas na pele que aparecem primeiro no rosto e atrás das orelhas, espalhando-se em seguida pelo corpo), seguidos de tosse, coriza e conjuntivite. Outros sinais, como dor de cabeça, indisposição e diarreia, também podem ocorrer.
Como não há tratamento específico para o sarampo, é importante ficar atento ao aparecimento desses sinais. Os pacientes devem permanecer em isolamento domiciliar ou hospitalar por cinco dias após o surgimento das manchas vermelhas no corpo.
CAMPANHA DE MULTIVACINAÇÃO– A Campanha Nacional de Multivacinação, iniciada em 6 de outubro e com término previsto para 31 de outubro, é uma oportunidade para atualizar a caderneta vacinal de crianças e adolescentes menores de 15 anos. Todas as vacinas do calendário de rotina, incluindo a tríplice viral, estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde do Estado.
Durante a campanha os municípios têm autonomia para definir a estratégia de vacinação melhor adequada à realidade local, podendo estender os horários das Unidades de Saúde ou ainda realizar ações de vacinação extramuros.