Na semana do Dia das Crianças, a Polícia Penal do Paraná (PPPR) distribuiu mais de 4 mil amigurumis confeccionados por 510 pessoas privadas de liberdade a crianças de 20 instituições educacionais, assistenciais e de saúde de Foz do Iguaçu. São bonecos produzidas em crochê e tricô, usando uma técnica de artesanato japonesa. A ação alusiva ao Dia das Crianças integra os projetos Amigurumi Solidário e Tecendo o Bem e tem como propósito promover solidariedade, responsabilidade social e trabalho em equipe, além de reforçar o compromisso com a reinserção social.
Para os custodiados, participar do projeto é uma oportunidade de contribuir positivamente com a sociedade, fortalecer vínculos, resgatar a autoestima e reafirmar o sentimento de cidadania e pertencimento.
Segundo o coordenador regional da PPPR em Foz do Iguaçu, Cássio Rodrigo Pompeo, cada boneco entregue carrega a dedicação e o esforço de pessoas que estão buscando uma nova oportunidade de vida. “Esse gesto simples de doação representa muito, tanto para quem recebe quanto para quem produz. É uma troca de esperança e humanidade que mostra o verdadeiro propósito da reinserção social”, afirma.
Além de levar alegria às crianças, os projetos também geram benefícios aos custodiados envolvidos. A Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984) prevê a remição de pena pelo trabalho, permitindo a redução do tempo da pena e o desenvolvimento de novas habilidades técnicas e comportamentais. A cada três dias trabalhados, é reduzido um dia da pena.
BENEFÍCIO PARA TODOS– Ao todo, os projetos mobilizaram 510 pessoas privadas de liberdade da Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu III – Unidade de Progressão (PEF III-UP); Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I (PEF I) e Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu – Unidade de Progressão (PFF-UP), que confeccionaram cerca de 4,5 mil amigurumis destinados a crianças de instituições educacionais, assistenciais e de saúde de Foz do Iguaçu.
As ações foram realizadas em parceria com o Conselho da Comunidade e a Vara de Execuções Penais de Foz do Iguaçu e atenderam 20 instituições entre centros de educação infantil, escolas primárias, projetos sociais, organizações não governamentais e unidades hospitalares.
O policial penal José Roberto de Morais, coordenador do Projeto Amigurumi Solidário, também destacou o simbolismo da ação. “É muito mais do que a técnica do crochê, é a representação do cuidado e da empatia que dedicamos. Cada amigurumi é criado para acolher, levar alegria e transformar vidas”, diz.
A gestora da PFF-UP, Helena Maria Almeida Pasin, destacou que a ação beneficia tanto as crianças quanto os próprios presos envolvidos. “Entregar esses bonecos vai além do afeto às crianças que, muitas vezes, têm tão pouco. Para as mulheres privadas de liberdade é um momento de orgulho e gratidão, pois sabem que, com suas próprias mãos, estão fazendo a diferença na vida de alguém. O artesanato, assim como a culinária, torna-se também uma forma de terapia, que contribui para o bem-estar emocional e o resgate da autoestima, gerando impacto dentro e fora dos muros”.
Juntamente com os brinquedos foram entregues mais de 2 mil lanches feitos por apenadas da Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu, utilizando insumos fornecidos pelo Conselho da Comunidade.
TECENDO O BEM – Criado em 2022, o Tecendo o Bem é um projeto de reinserção social que proporciona aos internos das unidades prisionais de Foz do Iguaçu a oportunidade de aprendizado por meio do trabalho artesanal.
Reconhecido pelo Selo Sesi ODS, que visa destacar e divulgar práticas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, realizadas por indústrias e empresas, o projeto é um exemplo de como a colaboração entre a comunidade e a Polícia Penal do Paraná pode gerar impacto positivo, dentro e fora dos presídios.