Política Estadual Rachadinha
MP pede que Arruda devolva R$ 1 milhão em caso de suposta rachadinha na Assembleia
Segundo blog, Ministério Público sustenta que bolsonarista usava cartões de crédito adicionais de seus assessores
01/10/2025 12h19
Por: Redação Fonte: https://www.plural.jor.br/mp-pede-2/
ALEP

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) moveu uma ação de improbidade administrativa contra o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) e cobrou do parlamentar bolsonarista a devolução de R$ 1.045.170,80, que teriam sido desviados por meio do esquema de “rachadinha” (quando o titular do cargo exige parte dos salários de seus assessores). A informação foi publicada nesta terça-feira (30) pelo blog Politicamente, do jornalista Karlos Kohlbach. A defesa de Arruda afirma que não foi notificada.

De acordo com o blog, o MP-PR sustentou que Arruda usava cartões de crédito adicionais de seus assessores na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Eles seriam lotados no gabinete do deputado e na Corregedoria da Alep, quando o bolsonarista ocupava a função de corregedor. Segundo a matéria, parte dos salários dos comissionados era usada para pagar a fatura do cartão de crédito de mulher de Arruda, Patrícia Miranda Arruda Nunes. Os recursos também teriam sido usados para pagar viagens internacionais e hotéis.

A ação foi proposta no dia 11 de setembro. Em abril 2024, o MP-PR denunciou Arruda à Justiça pelos crimes de peculato (rachadinha) e lavagem de dinheiro, mas a denúncia ainda não foi analisada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Em outubro de 2023, o gabinete de Arruda na Alep e endereços do parlamentar em Curitiba e São Paulo foram alvo de uma operação do MP-PR, que cumpriu mandados de busca e apreensão.

Ao blog Politicamente, a defesa de Arruda afirmou que não foi notificada e que “qualquer manifestação prévia sobre o mérito da demanda seria precipitada”. A nota da defesa diz que o parlamentar “reafirma seu compromisso com a transparência, com a legalidade e, sobretudo, com os seus eleitores, que sempre pautaram sua atuação pública” e que “o deputado irá se pronunciar de forma técnica e responsável tão logo tenha acesso integral aos autos e possa exercer plenamente o seu direito de defesa”.

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Arruda é réu em outro processo no TJ-PR, suspeito dos crimes de associação criminosa, desvio de dinheiro público e tráfico de influência. Segundo o MP-PR, ele recebeu dinheiro para reincorporar policiais militares afastados da corporação.

Neste ano, o bolsonarista faltou a três sessões consecutivas da Comissão de Constituição e Justiça da Alep, mas teve sua vaga mantida – apesar da determinação contrário do Regimento Interno da Assembleia. Ele apresentou um atestado assinado por um dentista, quase 40 dias depois da primeira falta.