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Dez projetos inovadores selecionados no Prime recebem certificação em Guarapuava
A solenidade premiou dez projetos de destaque, selecionados entre 120 propostas submetidas por pesquisadores de universidades públicas e startups ...
01/10/2025 08h50
Por: Redação Fonte: Secom Paraná

A noite de terça-feira (30) marcou um dos momentos mais significativos da ciência e da inovação no Paraná em 2025. O encerramento do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) foi celebrado com uma cerimônia no Centro de Eventos Cidade dos Lagos, durante a programação do Paraná Faz Ciência, evento que neste ano tem como anfitriã a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

A solenidade premiou dez projetos de destaque, selecionados entre 120 propostas submetidas por pesquisadores de universidades públicas e startups incubadas no Estado. Cada projeto recebeu um certificado de excelência e um cheque simbólico no valor de R$ 200 mil, totalizando um investimento estadual de R$ 2 milhões, viabilizado pelo Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia.

Idealizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Fundação Araucária e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR), o Prime nasceu com a missão de aproximar o conhecimento acadêmico do mercado.

“É um programa que incentiva o empreendedorismo. Muitas pesquisas ficam nos laboratórios ou viram apenas trabalhos acadêmicos. Aqui, damos um passo a mais. São R$ 200 mil para cada projeto finalista, mas, mais que isso, é um suporte contínuo para transformar ideias em soluções de mercado”, afirmou o secretário em exercício da Seti, Jamil Abdanur Júnior.

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“O Prime nasceu da necessidade de transformar propriedade intelectual em produto. Patentes não podem ser só pontos no currículo. Hoje vemos ideias virando negócios e gerando renda”, pontuou Marcos Aurélio Pelegrina, diretor de Ciência e Tecnologia da Seti. Segundo ele, exemplos concretos de produtos desenvolvidos por pesquisadores paranaenses e que já chegaram ao mercado comprovam que a política pública do Prime tem gerado frutos reais, sustentáveis e com potencial de impacto nacional e internacional.

O reitor da Unicentro, Fábio Hernandes, anfitrião do evento, reforçou o papel estratégico das universidades neste processo. “As universidades públicas têm mostrado, ano após ano, sua capacidade de encontrar soluções para problemas reais da comunidade. O programa é mais que uma premiação, é uma prestação de contas à sociedade. E é uma satisfação imensa ver a Unicentro entre as instituições envolvidas nessa transformação”, declarou.

PREMIADOS– Da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o professor Flávio Luís Beltrame apresentou uma pesquisa que transforma pele de tilápia em gel cicatrizante para feridas e queimaduras.

Já a Universidade Estadual de Londrina (UEL) teve três representantes: a professora Sônia Maria Fabris Luiz, com uma placa de contenção impressa em 3D para tratar inchaço crônico em mulheres com câncer de mama; o professor Gerson Nakazato, com um sanitizante natural à base de óleos vegetais para higienização de alimentos; e a estudante Letícia Fernandes Gonçalves, que criou um substrato agrícola a partir de resíduos agroindustriais.

A professora Sônia Maria Fabris Luiz, da UEL, celebrou a conquista e explicou os benefícios sociais do projeto. “Desenvolvemos uma fibroplaca impressa em 3D, feita com material flexível, que é aplicada sobre o braço de mulheres que retiraram a mama e apresentam um inchaço crônico, com placas de fibrose que dificultam a circulação. Quando usamos a fibroplaca em conjunto com o enfaixamento elástico, conseguimos promover a quebra dessas placas e reduzir o volume do braço. Os resultados, acompanhados por ultrassonografia, mostraram melhora significativa, tanto física quanto emocional, para essas pacientes”, afirmou a pesquisadora.

Emocionada, a docente destacou a importância do Prime como ferramenta de transformação da pesquisa acadêmica em soluções reais para a população. “É a segunda vez que somos premiados e isso mostra que estamos no caminho certo. A cada ano, o programa se fortalece e nos dá mais condições de transformar ciência em produto. O Paraná tem investido muito em tecnologia, e esse apoio nos permite contribuir diretamente com o desenvolvimento econômico e social do estado. Estamos felizes em fazer parte disso”, concluiu Sônia.

Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), cinco iniciativas foram contempladas. O professor Alesandro Bail desenvolveu um sistema de filtração de biogás para produção de biometano; David Kretschek criou uma prótese de aréola mamária customizada por impressão 3D; Murilo Pereira Moisés apresentou um sistema para captura e reaproveitamento de dióxido de carbono no setor industrial; Antonio Verguetz Silva, estudante de doutorado, criou uma prótese mamária externa em silicone e impressão 3D; e Emanuelle Naumann, estudante de mestrado, desenvolveu um ingrediente biotecnológico com propriedades antioxidantes para a indústria cosmética. O grupo se completa com a empreendedora Joziane Gimenes Meneguin, que desenvolveu uma composteira doméstica para transformar resíduos orgânicos em adubo de alta qualidade.