Desde 2019, quando foram criados pelo Governo do Estado por meio da Fundação Araucária, os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) já movimentaram R$ 222,5 milhões em investimentos voltados ao fortalecimento do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação do Paraná.
Atualmente, 46 NAPIs estão em execução, desenvolvendo 57 projetos estratégicos em áreas como saúde, genômica, educação, emergências climáticas, sustentabilidade, agricultura, inteligência artificial, energias renováveis e transformação digital. Mais do que números, os NAPIs representam uma política pública inovadora que articula dezenas de grupos de pesquisa de todas as universidades e institutos do Estado, em diálogo direto com empresas, órgãos públicos e organizações da sociedade civil.
Os arranjos reúnem pesquisadores e representantes de 43 instituições de ensino superior, 43 órgãos públicos, 45 organizações do setor produtivo e 12 entidades do terceiro setor. Já foram concedidas 6.269 bolsas de pesquisa e extensão, fomentando a formação de talentos e a produção de conhecimento com impacto direto na sociedade.
Um dos exemplos é o NAPI de Tecnologia Assistiva, que vem se destacando nacionalmente com o desenvolvimento de próteses inteligentes e dispositivos de inclusão sensorial. Um dos beneficiados foi o menino José Bonini, de 1 ano e 7 meses, que nasceu sem os quatro membros do corpo .
Já por meio do NAPI Paraná Faz Ciência foi lançada a primeira pesquisa de Percepção Pública de Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná , apresentada em livro. Os resultados trazem retratos inéditos da percepção da população paranaense. No quesito Confiança na Ciência, o Paraná apresentou índice de confiança de 0,93 nos pesquisadores de instituições públicas, número muito superior à média nacional, que gira em torno de 0,66. Os cientistas de universidades ou institutos públicos de pesquisa são a fonte de confiança superior aos médicos (0,89), que lideraram o levantamento nacional de 2023.
“A estratégia dos NAPIs posiciona o Paraná como referência nacional em políticas integradas de fomento à ciência, promovendo sinergias entre diferentes setores para transformar desafios complexos em soluções inovadoras. A iniciativa demonstra como a articulação entre inteligência acadêmica, demandas sociais e visão de futuro pode gerar resultados concretos e sustentáveis”, afirma o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.
NAPIS – Os NAPIs são submetidos a um processo de análise técnico-científica mais exigente do que os chamamentos tradicionais, com a inclusão de uma etapa adicional de avaliação por uma Comissão de Aderência, responsável por verificar o alinhamento das propostas com os critérios temáticos, territoriais, institucionais e de estruturação em rede, conforme definido em regulamentação específica.
São concebidos como instrumentos de indução em fluxo contínuo. Qualquer grupo de pesquisadores, vinculado a instituições científicas e tecnológicas do Paraná, pode propor a constituição de um NAPI em parceria com Secretarias de Estado e/ou Instituições por elas delegadas.
Segundo o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, este modelo garante que os NAPIs tenham alto potencial de impacto, contribuindo diretamente para o desenvolvimento sustentável do Paraná e para a consolidação de um ecossistema de inovação robusto e inclusivo”, destaca.
“Isso representa, justamente, um dos maiores avanços em termos de abertura, flexibilidade e resposta às demandas da comunidade científica em harmonia com as políticas públicas do Estado promovendo inovação, impacto territorial e transparência no uso dos recursos públicos”, garante o presidente da Fundação Araucária.
ASSERTIVIDADE– A estratégia dos NAPIs possibilita uma modalidade de fomento que permite, por meio dos projetos de pesquisa realizados de maneira colaborativa, uma maior assertividade do uso dos recursos públicos e ocorre em paralelo com os demais chamamentos públicos que já eram realizados pela Fundação Araucária.
Nos últimos anos, houve uma expansão expressiva tanto na quantidade quanto na diversidade dos editais lançados pela fundação. Esse avanço veio acompanhado do aperfeiçoamento dos critérios de seleção, dos processos de avaliação e da atualização das áreas temáticas contempladas, garantindo maior alinhamento com as demandas científicas e sociais do Estado.
Esse cenário de fortalecimento só se tornou possível graças à valorização da ciência, tecnologia e inovação por parte do Governo do Estado. Em 2019, os recursos sob gestão da Fundação Araucária somavam cerca de R$ 40 milhões. Atualmente, esse volume ultrapassa R$ 350 milhões, consolidando o Paraná como referência nacional em políticas públicas voltadas ao desenvolvimento científico e tecnológico.
PRÊMIOS– A estratégia dos NAPIs tem despertado interesse de outros estados e países diante dos grandes resultados alcançados que impactam no avanço da ciência, tecnologia e inovação.
A iniciativa já conquistou três prêmios importantes: Prêmio CONFAP de Boas Práticas em Fomento à CT&I (2022) - categoria Instrumento de Fomento Inovador; Prêmio CONFAP de Boas Práticas em CT&I – 2023 - Rotas Estratégicas de CT&I 2040” - categoria Gestão e Desenvolvimento Organizacional; e Prêmio de Excellence Awards – 2023 (Europa) com a plataforma iAraucária de apoio a criação e execução dos NAPIs.