Um dos maiores documentaristas do Brasil, o cineasta Carlos Pronzato está em Teresina para uma agenda de exibições de filmes e gravação de seu mais novo trabalho que é sobre a vida e obra do piauiense Clóvis Moura.
Na capital piauiense, Prozato participa da 1ª Mostra de Arte Engajada do Piauí, que ocorre de terça-feira (9) a quinta-feira (11), a partir das 18h, no auditório do Sindserm (rua Quintino Bocaiuva, 446 – Centro), com entrada gratuita.
Nos três dias, haverá a exibição de três filmes do cineasta. “50 anos de Revolução dos Cravos”, que vai abrir a mostra na terça. Na quarta-feira (10), será a vez do documentário “Amilcar Cabral, Coração Pan Africano e Revolucionário”, que homenageia o líder da independência das nações africanas de língua portuguesa. Já na quinta-feira (11) terá o doc “1917, a Greve Geral”, uma das produções emblemáticas do diretor. Em todas as sessões haverá bate-papo com o cineasta.
A realização do evento é da Associação Bodoque e tem produção local de Jairo Araújo e Carla Senna. A mostra conta com apoio do Núcleo de Estudos e Pesquisa em História e Memória da Escravidão e do Pós-abolição (Sankofa/Uespi), Adufpi, Sindserm, e o Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro (NEPA/Uespi). As entidades também estão apoiando a produção do documentário sobre Clóvis Moura.
Sobre Carlos Pronzato
Carlos Pronzato é um cineasta, diretor teatral, escritor, poeta e ativista social, nascido na Argentina e radicado no Brasil desde o final da década de 1980. Suas obras audiovisuais e literárias destacam-se pelo compromisso com a cultura, a memória e as lutas populares. Ele produziu mais de 90 documentários e alguns com prêmios internacionais.
No Piauí, Pronzato grava o documentário que comemora os 100 anos de nascimento de Clóvis Moura, que foi sociólogo, jornalista, historiador e escritor brasileiro, produzindo uma obra sociológica, histórica, deixando um legado importante para os estudos brasileiros, no que diz respeito ao marxismo e às raízes negras. O domingo foi de trabalho para Pronzato que esteve em Amarante, terra natal de Clóvis Moura, gravando com familiares e a população da cidade.
Pronzato já fez documentários sobre os mais diversos temas, abordando principalmente os conflitos sociais na América Latina, como a repressão política, movimentos estudantis, tragédias socioambientais e resistências populares.
Entre os documentários, destacam-se “Mães da Praça de Maio, Memória, Verdade e Justiça”, ganhador do prêmio “Roberto Rossellini” na Itália. “O Panelaço, a rebelião argentina”, “Bolívia, a guerra do gás”, filmes sobre tragédias como Brumadinho, “Buscando Salvador Allende”, “Marighella, quem samba fica, quem não samba vai embora”, “Terceirização, a bomba relógio”, “Ocupa Tudo, Escolas Ocupadas em Paraná” e “1917, a Greve Geral” dentre outros.
Diretor premiado, ele já recebeu o prêmio do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais, em 2008; o “Roberto Rossellini” (2008), na Itália; e em 2017, o prêmio Liberdade de Imprensa pelo jornal Tribuna da Imprensa Sindical, no Rio de Janeiro.