A atenção com a saúde mental de trabalhadores, pacientes e familiares do Hospital Infantil Waldemar Monastier, de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, ganhou um reforço com o projeto “HumanizaMente”. O programa tem como objetivo tratar o desgaste causado pelos longos internamentos das crianças, assim como o reflexo nos pais, acompanhantes e também nos funcionários que vivenciam a rotina do hospital.
Lançado no mês de agosto pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ele é inspirado nos princípios da Política Nacional de Humanização (PNH) e faz parte do atendimento integral do Sistema Único de Saúde (SUS). Os intuitos do projeto são valorizar a escuta, o acolhimento e a atenção psicossocial dentro do ambiente hospitalar.
Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, a iniciativa reforça a importância de olhar para além do tratamento clínico. “Cuidar da saúde mental de quem está no hospital, seja como profissional, paciente ou acompanhante, é fundamental para garantir um ambiente mais humano e acolhedor. Esse programa é mais uma demonstração do compromisso do Governo do Paraná em oferecer assistência integral à população”, afirmou.
DESGASTE MENTAL- O hospital lida com internamentos prolongados, o que podem causar grande sofrimento emocional na criança. A psicóloga da unidade, Talita Lisandra Rosa, lembra que, mesmo após a alta, jovens podem apresentar crises de choro sem motivo aparente, irritabilidade, medo excessivo e outras situações que podem afetar em seu desenvolvimento.
Pais e acompanhantes também vivem o impacto da insegurança sobre as condições de saúde dos filhos e também há possibilidade de desenvolverem hábitos negativos. “Muitos relatam medo em ir para casa e, às vezes, se tornam supercautelosos e/ou permissivos com as crianças”, afirmou Talita.
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O projeto prevê organizar “horas de qualidade” na relação entre pais e filhos internados, com atividades para quebrar a rotina, como idas ao cinema e passeios em parques. Para os funcionários serão rodas de escuta com reflexões voltadas para o dia a dia, o autocuidado, e questões pertinentes à dinâmica dos setores, além de apoio psicológico individual.
“A saúde mental precisa estar no centro do debate. A expectativa é que, com ações contínuas, o programa se consolide como parte da cultura da instituição, trazendo mais leveza, qualidade de vida e acolhimento para todos”, afirma a diretora-geral do Hospital Infantil, Karina Chiquitti.