Servidores públicos de Campo Mourão enfrentam transtornos desde ontem após o bloqueio judicial das contas da BK Bank, alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. A medida, que investiga a suposta atuação da fintech como um "banco paralelo" do PCC, suspendeu repentinamente o uso do vale-alimentação fornecido pela instituição.
O problema se manifestou principalmente nos supermercados da cidade. Comerciantes, informados pela própria BK Bank sobre a suspensão dos repasses financeiros e o risco de não receberem pelos créditos, decidiram parar de aceitar o cartão. A situação pegou os consumidores de surpresa, com relatos de servidores que foram obrigados a abandonar carrinhos de compras cheios nos caixas.
Para alertar a população, estabelecimentos comerciais fixaram cartazes informativos nas entradas, explicando a recusa temporária do método de pagamento. A interrupção causou filas e confusão, uma vez que algumas tentativas de transação eram bem-sucedidas após várias tentativas, obrigando clientes a redefinirem senhas no aplicativo no meio das compras.
O prefeito Douglas Fabrício determinou o acionamento imediato da equipe jurídica do município para acompanhar o caso e "tomar todas as medidas necessárias" para resguardar os direitos dos servidores e garantir a normalização do serviço.
O Procon local também está a par da situação. De acordo com Edilson Moreira, diretor da unidade, o órgão já está em contato com a empresa para buscar uma solução rápida. "Recebemos reclamações sobre a inconsistência no sistema. Os mercados, para evitar maiores transtornos, estão comunicando os consumidores", comentou.
Posicionamento da BK Bank
Em nota oficial, a BK Bank, representada por seu escritório de advocacia, disse que foi "surpreendida com sua inclusão na operação". A instituição afirmou ser "devidamente autorizada, regulada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil" e que conduz suas atividades "com total transparência e rigorosos padrões de compliance". A fintech reiterou seu compromisso com a legalidade e disse colocar-se à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
A operação Carbono Oculto investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis e no sistema financeiro. A BK Bank é um dos principais alvos da investigação.