Um homem de 23 anos foi preso na tarde desta terça-feira (26) em Campo Mourão, suspeito de envolvimento em dois ataques a faca ocorridos neste mês no bairro Jardim Alvorada. Durante interrogatório na Delegacia de Polícia Civil nesta quarta-feira (27), o indivíduo confessou a autoria de um dos crimes. A Polícia Civil investiga se ele é também o autor do segundo ataque.

O primeiro caso, ao qual o preso confessou, ocorreu em 19 de agosto. Uma jovem de 21 anos foi esfaqueada em via pública. Ela foi atendida pelo SAMU, hospitalizada e recebeu alta apenas na terça-feira (26), dia em que compareceu à delegacia e identificou o suspeito por meio de fotografias.

Em depoimento, o homem alegou que o ataque foi motivado por vingança. Afirmou que a vítima o acusava de furtos em sua residência e teria ameaçado mandar "os caras do bairro" pegá-lo. Acrescentou que a jovem também teria agredido sua namorada, o que o teria levado a cometer o crime.

O segundo caso investigado ocorreu em 12 de agosto, quando um idoso de 63 anos foi esfaqueado nas costas enquanto caminhava no Parque das Torres, no mesmo bairro. Questionado sobre esse ataque, o suspeito optou por permanecer em silêncio. De acordo com o superintendente da Polícia Civil, Rodrigo Dari, a vítima não viu o agressor, mas os investigadores aguardam o depoimento de uma testemunha que pode confirmar a autoria.

A prisão ocorreu no Residencial Fortunato Perdoncini após denúncias de que o homem estaria armado com uma faca e ameaçando pessoas. Durante a abordagem da Polícia Militar, ele tentou resistir, desacatou os agentes e apresentou documentação falsa. Uma faca de aproximadamente 20 cm foi encontrada em sua cinta.

Horas antes de ser detido, o suspeito foi agredido por populares. De acordo com o boletim de ocorrência, as agressões foram motivadas pela circulação de imagens nas redes sociais que o apontavam como autor dos esfaqueamentos, antes de qualquer confirmação oficial. Ele foi atendido na UPA e submetido a exames no Pronto Socorro antes de ser levado à delegacia.

O superintendente Rodrigo Dari fez um alerta sobre os riscos da justiça comunitária e da disseminação de informações não verificadas. "A polícia orienta a nunca as pessoas se deixarem levar por imagens de WhatsApp. Pode ser que as imagens que estão correndo não sejam, de fato, a do autor. Orienta-se a população a não fazer justiça pelas próprias mãos e a ter sempre cautela ao repassar qualquer informação", declarou.

Circulam nas redes sociais informações sobre um possível terceiro ataque envolvendo o mesmo suspeito, mas a polícia não tem confirmação oficial sobre essa ocorrência ou sobre outras vítimas. A irmã do detido informou que ele sofre de esquizofrenia, mas nenhum laudo médico foi apresentado até o momento para comprovar a condição.