Um padre de 41 anos foi preso temporariamente neste domingo (24) em Cascavel (PR), durante a operação "Lobo em Pele de Cordeiro", deflagrada pela Polícia Civil do Paraná. A ação foi conduzida pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria). Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência do religioso e na clínica onde ele atuava.
O inquérito policial foi instaurado em 16 de julho de 2025, com base em um relatório da Agência Regional de Inteligência da Polícia Militar que apontava possíveis crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Segundo as investigações, o religioso adotava um padrão de comportamento predatório desde 2010, quando ainda era seminarista. Ele recrutava jovens para atividades religiosas e se aproximava de adolescentes em situação de vulnerabilidade social, supostamente usando dinheiro, presentes, viagens e convites para dormir em sua residência.
O padre havia sido afastado de suas funções eclesiásticas pela Diocese de Cascavel em 14 de agosto de 2025, após as primeiras evidências do caso emergirem. À época da investigação, ele era pároco de uma igreja na região.
As apurações também identificaram irregularidades na gestão financeira da paróquia e o exercício ilegal da medicina por meio de terapias complementares oferecidas em consultório próprio. Foi apurado ainda um histórico preocupante, incluindo uma tentativa de abuso contra outro seminarista em 2010, o que demonstra indícios de reincidência.
Até o momento, aproximadamente 11 pessoas foram ouvidas, e três vítimas foram identificadas: uma menor de idade na época dos fatos e duas que já são maiores. A prisão temporária foi decretada pelo Poder Judiciário devido às tentativas do investigado de entrar em contato com possíveis vítimas e testemunhas, o que poderia obstruir as investigações.
As investigações continuam para identificar novas vítimas e esclarecer todos os fatos. A Polícia Civil reforça o pedido para que eventuais outras vítimas ou testemunhas procurem o Nucria de Cascavel pelos canais: (45) 3326-4909, Disque Denúncia 181 ou Disque Direitos Humanos 100.