Um homem de 32 anos, em surto psicótico, mobilizou uma grande operação policial na tarde desta quarta-feira (20) na Avenida John Kennedy, no Jardim Lar Paraná, em Campo Mourão. A ocorrência envolveu equipes da Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Samu, além de apoio remoto do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), de Curitiba.
Segundo a PM, a primeira informação recebida foi a de que o homem ameaçava familiares com uma faca. Ao chegarem ao local, os policiais depararam-se com o indivíduo descalço e sem camisa, empunhando a arma. Ao perceber a aproximação da viatura, ele entrou em um depósito de materiais de construção, onde deixou a faca e pegou dois facões que estavam expostos para venda.
Diante da iminência de risco, as equipes iniciaram o Protocolo de Intervenção em Crise e isolaram a área. “O indivíduo estava claramente em uma situação de desequilíbrio emocional, de surto psicológico, e não era responsivo às orientações da equipe que fez a primeira intervenção”, explicou o tenente Fernando José Weiber da Silva ao comentar o caso à TRIBUNA.
A negociação foi conduzida pelo subtenente J. Silva, com apoio de três equipes táticas do 11º BPM, incluindo o Canil e duas da Rotam, além de viaturas de outras forças de segurança. A crise estendeu-se por cerca de duas horas. Em determinado momento, o homem colocou os facões no chão e deu sinais de que se entregaria, mas voltou a armar-se e seguiu caminhando pela ciclovia em direção ao centro, chegando a posicionar as lâminas contra o próprio pescoço.
Diante da resistência, a PM aguardou uma oportunidade segura para intervir. “Após constatarmos que ele não soltaria as armas brancas voluntariamente, foi utilizado um protocolo de intervenção de menor potencial ofensivo”, informou o tenente. Foram usados uma arma de incapacitação neuromuscular (Taser 10) e munições de impacto controlado de espingarda calibre 12. “Conseguimos fazer, após essa intervenção, a retirada dos facões da mão desse jovem”, completou.
Após ser imobilizado, o homem foi atendido por um médico que estava no local e auxiliava os trabalhos do Samu, que realizou os procedimentos iniciais e o encaminhou para avaliação psiquiátrica.
A PM destacou que o proprietário do comércio não quis registrar queixa pela subtração dos facões. “É importante ressaltar que ele não cometeu nenhum crime, uma vez que o proprietário do material de construção optou por não representar criminalmente, por entender que o indivíduo estava tomado por fortes emoções”, esclareceu o tenente Weiber.
A ocorrência terminou sem feridos. “Graças a Deus, primeiramente, e à experiência dos policiais durante o atendimento, tivemos um desfecho extremamente positivo aqui na nossa cidade”, afirmou o policial.